A cerveja, bebida alcoólica mais consumida em todo o mundo na atualidade, data de 11 mil anos atrás. Provavelmente “descoberta” de forma acidental, ganhou o paladar e os corações de praticamente todos os povos que com ela tiveram contato. Faça aqui uma viagem por esta fascinante história milenar.
A cerveja, bebida alcoólica mais consumida em todo o mundo na atualidade, é tão antiga quanto a própria civilização. Provavelmente “descoberta” de forma acidental antes mesmo da invenção da escrita, ganhou o paladar e os corações de praticamente todos os povos que com ela tiveram contato. Faça aqui uma viagem por esta fascinante história milenar.
Idade Antiga
Foram os babilônios, habitantes de um reino predominante na região da Mesopotâmia entre os séculos 18 e 6 a.C., que aprimoraram os métodos de produção do malte. Deram origem, portanto, à fabricação da cerveja como a conhecemos. Registros da época do rei Hammurabi (1792-1750 a.C.) que sobreviveram ao tempo revelam que esse povo chegou a consumir 20 variedades diferentes da bebida. Ela se disseminou tanto pela população, que fez brilharem os olhos de seus governantes: passou a constar no código de leis do Estado, que continha especificações sobre as matérias-primas autorizadas para a produção.
Idade Antiga
Os egípcios antigos, que fundaram um Estado unificado e organizado às margens do rio Nilo já em 3100 a.C., tinham absoluta adoração pela cerveja – ali, ela era produzida a partir da cevada e do trigo. Ao longo de sua História milenar, preservaram em pedra, papiro e outros materiais a relevância que a bebida alcançou em sua civilização. Era alimento do cotidiano de todos, do camponês ao faraó. Era sagrada, presente nos mitos e nos rituais religiosos; na morte, reis levavam consigo para os túmulos não apenas jarros cheios do líquido divino, mas também maquetes de cervejarias e bonecos, para que pudessem desfrutar do hábito de consumo por toda a eternidade. Era, ainda, moeda: hoje, sabe-se que quem construiu as pirâmides foram trabalhadores assalariados e não escravos – e parte do pagamento era em cerveja.
Idade Média
Com a queda de Roma, em 476 d.C., a Europa ocidental teve o poder descentralizado. Diferentes povos e tribos lutaram entre si e, nesse processo, acabaram promovendo, também, um intercâmbio de hábitos culturais. A fé cristã já se consolidara no continente, tendo os monastérios se tornado centros de conhecimento. Como seus recursos eram limitados, para se sustentar economicamente, esses redutos do saber passaram a hospedar viajantes de terras distantes, que trouxeram consigo o gosto pela cerveja. Assim, durante boa parte da Idade Média, monges produziram e venderam a bebida “em casa”. Foi por volta de 1100 que as coisas começaram a virar; onde hoje é a Alemanha viveu uma monja beneditina chamada Hildegard von Bingen (ou Hildegarda de Bingen), a quem atribuímos o primeiro registro de cerveja feita com lúpulo. Esse ingrediente veio para ficar: melhorou o sabor e a qualidade de tal forma, que, ao final do período, a bebida aprimorada já havia se popularizado em todas as camadas da população. Tornou-se altamente rentável a seus fabricantes, que fizeram nesse momento da História as primeiras produções em massa.
Idade Antiga
Com a morte de Cleópatra VII, em 30 a.C., o Egito, então o único reino ainda independente no Mediterrâneo, caiu, consolidando o Império Romano. O gosto mudou. Influenciados fortemente pela cultura e pelos hábitos helênicos, o que os romanos apreciavam, mesmo, era o vinho. Por essa razão, durante o período derradeiro da Antiguidade clássica, a relevância da cerveja entrou em declínio – ainda que ela continuasse sendo produzida, dentro das fronteiras (principalmente, nas províncias orientais) e fora delas (por exemplo, por povos europeus não ligados a Roma, como os celtas e os germanos).
Idade Antiga
Idade Contemporânea A partir da Revolução Industrial, período de grandes transformações sociais e econômicas para a humanidade, a fabricação das cervejas pôde, verdadeiramente, atingir larga escala. A invenção dos motores a vapor e a introdução de aparelhos como o termômetro e o hidrômetro, no século 18, tornaram o processo de produção muito mais eficiente. Outros avanços importantes aconteceram no século seguinte, quando o biólogo e químico francês Louis Pasteur postulou os princípios da fermentação microbiana e da pasteurização – que permitiram o surgimento de um tipo de cerveja altamente popular até hoje, a Lager. Novidades logísticas, como o engarrafamento automático e a máquina frigorífica, possibilitaram a distribuição em massa até regiões distantes. Ao longo das décadas, essa indústria se renovou, inovou e cresceu exponencialmente. Hoje, em pleno 2018, a cerveja é a terceira bebida mais popular do mundo, ficando atrás somente da água e do chá. Conheça mais sobre o mercado cervejeiro atual acessando a seção “O setor em números”
Idade Antiga
A região histórica da Mesopotâmia, que abrigou o berço da nossa civilização, testemunhando a invenção da roda e o desenvolvimento da escrita, pode ter sido, também, a terra natal da cerveja intencionalmente fabricada. Foi ao longo dos rios Tigre e Eufrates (Ásia ocidental, abrangendo áreas da Turquia ao Kuwait, passando por Irã, Iraque, Síria e Arábia Saudita) que humanidade empreendeu seus primeiros projetos de agricultura. Acredita-se que cereais expostos acidentalmente à chuva fermentaram, originaram açúcar e, em contato com leveduras, produziram o álcool. Disto se sabe, com certeza: os sumérios, que viveram na Mesopotâmia entre 5000 e 1750 a.C., tomaram gosto pela bebida e estabeleceram processos para criar o malte. Um poema escrito por eles há 3900 anos em honra à deusa Ninkasi é considerado a mais antiga receita de fabricação que chegou até nós.