O ambiente de preços está mais favorável para o setor cervejeiro, avaliam os analistas do Credit Suisse em relatório distribuído hoje com números do primeiro trimestre.
“Acreditamos que o ambiente de preços para cerveja no Brasil e em outros mercados emergentes sofreu uma inflexão positiva, que deve ajudar a compensar parcialmente o efeito do câmbio e ‘ventos contrários’ no custo da commodity.”
A produção de cerveja no Brasil cresceu 11,6% em março na comparação com o mesmo mês de 2020, quando esse indicador tinha registrado uma queda, na base anual, de 21%. Ante o mesmo mês de 2019, período anterior à covid-19, a produção de cerveja de março de 2021 caiu 12%, um resultado negativo depois de fevereiro ter mostrado um ganho de 5% na comparação com dois anos antes. No acumulado do trimestre, os primeiros três meses de 2021 cresceu 4% ante o mesmo período do ano passado e caiu 1,3% ante 2019.
O banco diz que a Ambev deve ter ganhado participação de mercado no primeiro trimestre. Os analistas dizem que em março a indústria apresentou ciclos de desestocagem significativa enquanto os volumes do primeiro trimestre da Ambev devem chegar a 16%. Além disso, preveem um crescimento de 8% na relação preço / mix da companhia.
Segundo eles, os ganhos de participação da Ambev são apoiados por: maior distribuição no off-trade tradicional (supermercados e atacarejos), que se tornou mais relevante após a pandemia; restrições de capacidade e maiores aumentos de preços entre os concorrentes; e o sucesso das inovações de marca no portfólio mainstream, como a Brahma Duplo Malte.
A Heineken, uma das principais concorrentes da Ambev, teve problemas de capacidade e necessidade de aumento de preços no começo deste ano. Isso, porém, deve melhorar, lembram os analistas do banco.
“A expansão da cervejaria da Heineken em Ponta Grossa deve ser concluída no final do segundo trimestre, o que deve ajudar a aliviar os problemas de capacidade. Além disso, a Heineken agora controlará a distribuição de cerca de 90% de seu portfólio premium e mainstream superior, que responde por cerca de 50% de seus volumes de cerveja do Brasil e a maior parte de seus lucros. Isso deve apoiar uma maior penetração no canal de negociação de margem mais alta.”