Digitalização acelerada e aplicativo de entrega: as armas da Ambev para superar a crise gerada pela covid-19

Bares e restaurantes fechados por longos períodos durante a pandemia, uma pancada na demanda por bebidas. Pior ainda, custos em alta, seja pelo encarecimento de ingredientes importados, agravado pela alta do dólar, seja pela mudança de hábitos do consumidor: cresceu a preferência por embalagens descartáveis, mais caras. Estava formada a tempestade perfeita para uma fábrica de bebidas e ela se refletiria nos resultados da Ambev.

Logo nas primeiras linhas do relatório da administração, publicado junto com o balanço de 2020, a companhia apontava, com muita transparência, a queda “significativa” de 11,1% no Ebitda. Fato raro, em tempos também raros, para aquela apontada como a melhor em Desempenho Financeiro nas dez edições do anuário Época Negócios 360º. Ela é, também, supercampeã em Alimentos e Bebidas: chega pela sétima vez ao primeiro posto. E respondeu a tudo como vencedora.

Em 2020 ainda começou a reverter o quadro e os resultados apareceram mais adiante. No período março-abril de 2021, festejava o seu maior volume de cervejas já vendido em segundo trimestre, superior até mesmo ao da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Tecnologia, como nunca, pesou para mudar o quadro. “Passamos por uma jornada de transformação tecnológica desde 2018 para atender consumidores, clientes e outros agentes da melhor forma, prevendo necessidades e antecipando soluções”, afirma Jean Jereissati Neto, presidente da companhia. “Com a pandemia, a digitalização foi acelerada.”

Aplicativos passaram a ganhar corpo, caso do Zé Delivery, de entrega de bebidas ao consumidor. No primeiro semestre de 2021, ele bateu recorde de pedidos entregues, 29 milhões, e superou a marca de todo o ano de 2020 (27 milhões). Já é, segundo a Ambev, o segundo maior serviço de entregas do Brasil e o maior do mundo em bebidas.

“Lançamos ainda o Bees, nossa plataforma de e-commerce voltada a bares e restaurantes”, diz Jereissati, ao dar outro exemplo. No segundo trimestre de 2021, a plataforma registrou valor bruto de vendas de R$ 9 bilhões e foi usada por 70% da base ativa de clientes. Novos produtos ajudaram a potencializar a força dos canais, caso da Brahma Duplo Malte. A cerveja virou líder no seu segmento em 2020, ano do lançamento.

Inovação está entre os principais mandamentos da companhia e, cada vez mais, ela vem de interação com startups – cerca de 500 interagem com a Ambev atualmente. Em 2020, foram firmados 200 negócios com elas, o dobro dos cinco anos anteriores. Um dos casos: a Ambev assinou contrato com a Fábrica Nacional de Mobilidades (FNM), no seu programa Aceleradora 100+, para a compra de mil caminhões elétricos. O último deles será entregue em 2023. Hoje, 20% de todo o faturamento da Ambev já vem de produtos lançados há menos de três anos no mercado.

Alinhada com os temas da agenda ESG, a Ambev reduziu em 2020 o consumo de água em 4,7% em relação a 2019. Primeira colocada do setor em Pessoas, criou a diretoria de Saúde Mental e os comitês de Diversidade e Inclusão e de Equidade Racial. E elegeu, em março de 2021, duas mulheres para o conselho de administração. Recebeu, por isso, o selo Women on Board (WOB), iniciativa independente e apoiada pela ONU Mulheres.

Fonte: https://epocanegocios.globo.com/360/noticia/2021/10/digitalizacao-acelerada-e-aplicativo-de-entrega-armas-da-ambev-para-superar-crise-gerada-pela-covid-19.html

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