O grupo Heineken Brasil anunciou nesta quinta-feira (24) o compromisso para neutralizar as emissões de carbono em toda a sua cadeia de valor até 2040. A meta da subsidiária brasileira, seu principal mercado, faz parte dos objetivos globais da cervejaria.
“Nosso entendimento é de que para a perenidade da companhia no longo prazo não tem como não ser atuante. Não adianta ser alheio, se não for ‘core’ da companhia e não atuar como parte da solução dos problemas do mundo”, argumenta Ornella Vilardo, gerente de sustentabilidade do grupo, em entrevista ao Valor.
Para zerar a pegada de carbono em toda sua cadeia, a Heineken Brasil vai acelerar os investimentos nessa frente, que já tem alguns projetos em vigor. “Só isso não vai fazer a gente chegar na meta. Por isso temos mapeado várias etapas da cadeia para identificar e desenhar projetos que vão permitir chegar a esse caminho ao longo desses 19 anos. Não queremos correr e fazer tudo a partir de 2035.”
O cálculo é de que, nos próximos cinco anos, o valor aplicado em iniciativas seja o triplo do investido nos últimos cinco anos, segundo a empresa. Recentemente, a Heineken anunciou a neutralização do carbono até 2023 em sua produção, por meio do uso de energias renováveis e eficiência energética. Hoje, por exemplo, das 12 cervejarias no país, 6 utilizam caldeiras de biomassa, fonte energética que deriva de cavaco de madeira com origem de reflorestamento certificado.
Embalagens
Como parte dessa jornada que compõe sua estratégia global, estabeleceu a meta de alcançar 100% de circularidade das suas embalagens utilizadas em bares e restaurantes até 2025.
No caso do plástico, a meta é ter 100% de circularidade, com uma grande contribuição do PET que terá uma redução de 80% em volume até 2025. Já no vidro, além da parceria no programa de logística reversa com a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), a companhia está levando para Minas Gerais a “Volte Sempre”, ação que estimula a reciclagem de vidro com máquinas de coleta que trituram o material e dão vantagens para o consumidor, como crédito para compra. Hoje, a ação só está disponível em São Paulo. Atualmente, o grupo apoia mais de 200 cooperativas de coleta e reciclagem.
Empilhadeiras e caminhões elétricos
Na frente de logística, a empresa levará energia renovável para os 31 centros de distribuição até 2023, incluindo o uso de empilhadeiras elétricas em toda a frota até 2025. Neste ano, a companhia também iniciará um projeto-piloto com caminhões elétricos em São Paulo (SP) e Salvador (BA), já mirando a expansão do modelo para todo o país.
Além disso, por meio de sua marca premium Heineken, o grupo também dará início, neste ano, a um projeto que facilitará o uso de energia verde por bares e restaurantes. A iniciativa deve ser anunciada e detalhada em julho, segundo Ornella.