Juiz de Fora é mais uma cidade a pleitear a fábrica da cervejaria Heineken. Outros seis municípios já demonstraram interesse pelo empreendimento
A prefeitura de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, entrou na disputa pela fábrica da cervejaria Heineken em Minas Gerais. Desde que a empresa anunciou o cancelamento dos planos de construir o empreendimento em Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de BH, várias cidades mineiras entraram na briga pela fábrica.
O volume de investimentos previsto para o novo empreendimento é de R$ 1,8 bilhão e a unidade vai atender à demanda de consumo da Região Sudeste do país.
O interesse do município em ter a fábrica surgiu logo que foi anunciada a desistência por Pedro Leopoldo.
“Enviamos um documento sobre as vantagens e oportunidades que a cidade de Juiz de Fora oferece e também um documento sobre oferta e qualidade da água do município”, explica Ignacio Delgado, secretário de Desenvolvimento de Juiz de Fora.
Segundo ele, esses dois documentos foram enviados para a Heineken três dias após o anúncio do cancelamento em Pedro Leopoldo.
“No primeiro, destacamos as qualidades logísticas da cidade. Juiz de Fora é uma cidade que tem conexão rodoviária e ferroviária com os principais centros econômicos do país. Tem um porto seco, o que permite operações de importação e exportação com desembaraço alfandegário no município. Tem um aeroporto de carga próximo, em Goianá, e um aeroporto para voos executivos dentro da cidade. E, em um raio de 700 km, tendo a cidade como epicentro, está situado 50% do PIB brasileiro.”
Tradição no setor cervejeiro e mão de obra qualificada
Delgado ressalta que o município oferece condições logísticas, de acesso ao mercado, além de áreas que a empresa pode avaliar para a instalação da fábrica.
“Além de tudo, é uma cidade que tem uma longa tradição no setor cervejeiro. Somos reconhecidos pelo estado de Minas Gerais como arranjo produtivo local cervejeiro, de cerveja artesanal. Temos mais de 15 cervejarias instaladas no município e uma das primeiras cervejarias mineiras foi instalada aqui, que é a José Weiss. Temos uma longa história com a produção de cerveja.”
“Uma pesquisa recente da Endeavor e da Escola Nacional de Administração Pública, chamada Cidades Empreendedoras, mostra Juiz de Fora em 4° lugar em capital humano, entre as 100 cidades mais populosas do Brasil. Além disso, mais de 50% da população da cidade, segundo o Censo de 2010, tem o segundo grau completo. Temos uma mão de obra muito qualificada, além de instituições de pesquisa que têm conexão com a área cervejeira.
A Universidade Federal de Juiz de Fora é a 36ª no Brasil e a 3ª em Minas com mais depósitos de patente no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial).”
Delgado afirma que além de todas essas vantagens, a prefeitura está à disposição da cervejaria para negociar questões de natureza fiscal, patrimonial e de infraestrutura para acolher a empresa.
“Também estamos em conversação direta com a secretaria de Desenvolvimento Econômico e com o INDI (Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais). E nos colocamos à disposição da empresa para uma conversa presencial.”
A desistência da cervejaria em instalar a fábrica em Pedro Leopoldo deflagrou uma corrida de outros municípios mineiros para disputar o empreendimento. Já demonstraram interesse: Uberaba, Patrocínio e Frutal, no Triângulo Mineiro, Ouro Preto e Mariana, na Região Central, e Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas.
A Heineken informa que ainda não há nenhum local definido para a instalação da unidade em Minas e que todo o estado está na disputa. A empresa afirma que, para a escolha, o local tem que ter capacidade hídrica e logística para facilitar o escoamento para a Região Sudeste – e propiciar menores impactos ambientais locais. O anúncio do novo local deve ser feito no início de 2022.