Retomada de grandes eventos, como Copa, deve favorecer ações da Ambev

“Em nossa visão, em momentos de instabilidade nos mercados, investidores globais tendem a buscar papéis com características mais defensivas e de boa qualidade, como é o caso da Ambev”, ressalta o especialista, lembrando que o grupo possui bom histórico de repasse de custos, é líder de mercado e suas ações possuem alta liquidez.

Ele avalia que, apesar dos desafios macroeconômicos, a melhora no nível de emprego no país pode aumentar a renda da população, elevando o consumo dos produtos da empresa.

“Outro ponto importante é que temos notado grande capacidade da companhia em lançar produtos com boa aceitação do público”, afirma. Nesse quesito, ele cita o desempenho positivo de marcas “premium” no curto prazo, como Chopp Brahma, Brahma Duplo Malte e Spaten.

“Outro ponto importante é que temos notado grande capacidade da companhia em lançar produtos com boa aceitação do público”, afirma. Nesse quesito, ele cita o desempenho positivo de marcas “premium” no curto prazo, como Chopp Brahma, Brahma Duplo Malte e Spaten.

A retomada de eventos pós-pandemia, como a Copa do Mundo, também é um fator que favorece a empresa.

A Ambev divulgou lucro líquido ajustado de R$ 3 bilhões relativo ao segundo trimestre, com aumento de 4,2% frente a igual período do ano passado. Na opinião de França, a queda recente nos preços dos combustíveis, principalmente do diesel, pode reduzir os valores de frete, contribuindo para aumentar os ganhos de margem no futuro.

Após valorização de 2,8% em 2021, as ações da Ambev (ABEV3) acumulam alta de 1,6% neste ano, até 26 de agosto, segundo informações do TradeMap, hub independente do mercado financeiro.

Saiba mais sobre a Ambev

Trata-se da maior cervejaria da América Latina, em termos de volume de vendas, e uma das maiores fabricantes de cerveja do mundo. A companhia nasceu em 1999, após a fusão entre as centenárias Cervejaria Brahma e Companhia Antarctica.

A Ambev fabrica, distribui e comercializa cervejas, refrigerantes e outros produtos não alcoólicos e não carbonatados em 18 países das Américas, além de ser titular de duas marcas de cervejas que figuram entre as dez mais consumidas do mundo: Skol e Brahma.

Por que as ações da Ambev são uma oportunidade para investir?

França lembra que a Ambev é líder em dez países em que atua, incluindo o Brasil, o que lhe confere maior poder de barganha junto aos fornecedores e clientes.

Ele destaca ainda dois pontos importantes para recomendar os papéis da empresa: redução de custos e ganhos de participação de mercado.

Segundo ele, após uma alta nos preços das principais commodities utilizadas na fabricação de cerveja, no início do ano, já é possível notar um recuo nos custos de produção. Tal melhora pode significar algum alívio do CPV (custo do produto vendido) no futuro.

O analista observa também que, nos últimos trimestres, a companhia vem ganhando participação de mercado no Brasil – a região mais relevante para seus negócios, respondendo por cerca de 50% do resultado operacional. A Ambev conquistou fatias que pertenciam a seus principais concorrentes, possivelmente incluindo a Heineken e o Grupo Petrópolis.

Pontos a favor

Arrefecimento da pandemia permitiu a reabertura de bares e restaurantes e a retomada de eventos (Copa do Mundo, Carnaval etc), o que deve sustentar uma recuperação do consumo de bebidas;

Empresa é bem reconhecida e avaliada pelos consumidores, além de possuir uma boa malha logística, o que lhe permite alcançar vários pontos de venda espalhados pelo país;

Expansão de canais de vendas inovadores, como o Zé Delivery, que recebeu quase 15 milhões de pedidos no segundo trimestre, com 4 milhões de usuários ativos por mês.

Pontos contra

Como parte relevante de seus custos de produção é atrelada aos preços de commodities, essa linha do balanço pode ficar pressionada em momentos de escassez de oferta, como ocorreu no início da guerra entre Rússia e Ucrânia;

Embora a Ambev seja líder no mercado de cerveja no Brasil, há natural preocupação com o aumento da concorrência, principalmente dos grupos Petrópolis e Heineken.

Fonte: https://economia.uol.com.br

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