Diante do risco de que a falta de oxigênio hospitalar comece a se tornar um problema ainda sério pelo país, empresas privadas estão se mobilizando para suprir a demanda num momento em que internações e mortes por covid-19 disparam.
A cervejaria Ambev está transformando uma parte de sua fábrica da cerveja Colorado, em Ribeirão Preto (SP), para produzir e envasar oxigênio hospitalar suficiente para suprir a necessidade diária de até 166 pessoas. A iniciativa foi anunciada ontem pelo governo do Estado de São Paulo.
A Copagaz, especializada no engarrafamento e comercialização de botijões de gás, utilizará a sua frota de distribuição dos cilindros de oxigênio.
O vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM) disse que a ajuda garante o abastecimento aos leitos de UTIs no Estado.
A Ambev disse que não vai se limitar a São Paulo e que a produção será destinada a unidades do sistema de saúde brasileiro que estejam com situação crítica de estoque de oxigênio.
A companhia informou que os equipamentos estão em processo de aquisição e a expectativa é que a produção comece em cerca de dez dias.
A usina terá capacidade para produzir 120 cilindros de 10 metros cúbicos por dia e será operada pelos funcionários da Ambev, que trabalharão em turnos para garantir a produção 24h por dia. O valor investido na aquisição dos equipamentos para produção de oxigênio para a saúde não foi divulgado.
Em Santa Catarina, a fundição Tupy também se prontificou a ajudar no fornecimento de oxigênio para hospitais.
A empresa consome 60 mil metros cúbicos de oxigênio por dia em sua fábrica de Joinville (SC) para produzir peças de ferro para a produção de automóveis e máquinas agrícolas.
O CEO Fernando de Rizzo disse que a produção está indo bem, pois as exportações estão crescendo, em especial para os EUA.
“Mas, se necessário, eu desligo o fornecimento para a Tupy e redireciono o oxigênio para o município”, afirmou o executivo ontem ao Valor. Rizzo, que comanda uma companhia que faturou R$ 4,2 bilhões no ano passado e que emprega 14 mil funcionários, disse que “o momento é delicado” e é preciso ajudar o setor público.
Fonte: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2021/03/23/empresas-atuam-para-suprir-demanda.ghtml