Como teve início, há uma década, o processo que fez da Ambev uma das maiores empresas do mundo

Em meados de 2010, a Ambev enfrentava graves problemas em sua maior e mais complexa operação no Brasil. A cervejaria de Campo Grande, no Rio de Janeiro, apresentava um baixíssimo índice de produtividade, um turnover alto, que a fazia perder muitos funcionários ano após ano, e, consequentemente, perdas financeiras consideráveis.

Para reverter o quadro, a companhia dos bilionários Jorge Paulo LemannCarlos Alberto Sicupira e Marcel Herrmann Telles convocou a Falconi, consultoria especializada na geração de valor por meio de soluções em gente e gestão com tecnologia, que fez um grande diagnóstico e um planejamento de trabalho tendo como pilar a gestão de pessoas e a mudança de cultura. Como resultado, a operação atingiu a meta de produtividade um ano antes do estimado e a superou nos anos seguintes, chegando a 87% em 2019. A meta de redução do turnover foi alcançada dois anos antes do previsto, e atualmente se encontra em 2,16%.

Essa jornada está relatada no livro “O Desafio do Impossível” (Editora Gente), de Neuza Chaves e Viviane Martins, executivas da Falconi que participaram do processo desde o início, que acaba de chegar às livrarias. A obra relata os detalhes da avaliação profunda da situação e das dificuldades no atendimento às necessidades humanas, da identificação dos problemas, dos motivos de saída dos colaboradores e da elaboração de planos de ação para os pontos de melhoria.

Para Neuza Chaves, o desafio estava além dos indicadores ruins. “Começamos nosso trabalho com a Ambev pela unidade que tinha o maior número de problemas não só internamente – como no restaurante, no vestiário, no treinamento de funcionários, mas também nos arredores com violência. Embora sentissem orgulho de trabalhar na Ambev, esses problemas estavam impactando o senso de pertencimento e autoestima dos colaboradores”, recorda. Para ela, foi a transformação – não só estrutural, mas cultural – que tornou esse projeto tão bem-sucedido. “Queremos mostrar neste livro que o fator humano é determinante para qualquer negócio”, conta.

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Para voos mais altos, Ambev fecha parceria para testar delivery por drones

Depois de outras grandes empresas, chegou a vez da Ambev entrar no segmento de delivery por drones. Na última semana, a gigante de bebidas fechou uma parceria com a startup Speedbird Aero para desenvolver o projeto de um novo modal para entrega de seus produtos.

O acordo ainda está em sua fase inicial, mas a cervejaria antecipa que o principal objetivo é explorar as diferentes formas de distribuição, usando a tecnologia para melhorar a experiência dos consumidores.

Ao CNN Brasil Business, o diretor global de inovação da Ambev Tech, Bruno Stefani, explicou que a empresa está atenta às mudanças do setor de logística e que este novo serviço tem potencial para aprimorar as entregas e colaborar com as demandas da sociedade.

“É essencial estarmos conectados com as novas tendências de logística, seja a curto, médio ou longo prazo. Esse piloto de entregas via drone também pode contribuir com a mobilidade urbana e o meio ambiente, pois pode ajudar a diminuir o número de veículos nas ruas e, consequentemente, a emissão de poluentes”, afirma.

Os primeiros testes já estão marcados e devem acontecer na cidade de Jaguariúna, no interior de São Paulo, seguindo protocolos determinados pelo DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), que limita os voos-testes em grandes cidades.

Posteriormente, a proposta ainda precisa de autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que regulamenta o voo comercial no país, e só depois devem ser definidos os detalhes da operação, como a cidade e a rota.

Embora seja proprietária do Zé Delivery, um aplicativo que entrega bebidas geladas, a Ambev ainda não sabe se o drone será incorporado à plataforma. “O nosso investimento é para a pesquisa e desenvolvimento da tecnologia, que depois poderá ser utilizada por outras empresas do país”, adianta Stefani.

Para Manoel Coelho, CEO da Speedbird Aero, esta é mais uma parceria que mostra a capacidade das aeronaves em operar diversos serviços no Brasil e no mundo. “Com a Ambev, estamos trabalhando para selecionar as rotas e depois expandir o serviço”, comenta. “É uma tecnologia nova, por isso, precisamos estudar para que tudo saia dentro do previsto, com segurança”.

Tendência

Mais marcas estão seguindo essa tendência. O delivery por drone ganhou notoriedade nos últimos meses, graças à parceria da Speedbird com o iFood. Em setembro do ano passado, o aplicativo encabeçou essa novidade quando anunciou a primeira entrega neste modelo no país, realizada em Campinas/SP.

Depois disso, o Hermes Pardini, um dos principais grupos de medicina diagnóstica, também começou a testar a possibilidade de se transportar materiais biológicos para exames, sem a necessidade do paciente se deslocar ao laboratório.

Já para o funcionamento dos drones, no começo deste mês, a Claro obteve exclusividade no fornecimento de conectividade para os equipamentos, que devem usar redes de internet da operadora nos padrões 4G, 4,5G e 5G DSS – uma versão experimental da quinta geração que ainda não passou por leilão no Brasil.

Atualmente, são dezenas de profissionais trabalhando diuturnamente nos projetos em andamento e a ideia é que o time cresça no mesmo ritmo das parcerias. Ao propor um novo modal de transporte, a empresa garante que não quer competir com os entregadores, mas se somar a eles na entrega dos produtos.

Por isso, um dos objetivos é importar e capacitar os motoboys para que eles operem drones. “Nós desenvolvemos um plano de carreira em que eles iniciam como observadores e trabalham em conjunto com um piloto mais experiente. Desta forma, adquirem conhecimento sobre operação e comportamento da aeronave e dos sistemas envolvidos”, assegura Samuel Salomão, diretor de produtos.

Segundo ele, o caminho entre o observador até o operador/piloto com experiência passa por algumas fases e avaliações, e o salário pode chegar a R$ 5 mil.

Nos próximos meses, a empresa vai inaugurar sua própria fábrica de drones, em Franca/SP, onde deve comandar parte da montagem dos equipamentos, com produtos do mercado interno. Além disso, também está prevista a captação da primeira rodada de investimentos, conhecida como Série A.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/business/2021/04/23/para-voos-mais-altos-ambev-fecha-parceria-para-testar-delivery-por-drones