Na Ambev, 20% da receita vem de inovação

Inovar ganhou um significado extra na Ambev e passou a representar aumento de receita. A empresa calcula que hoje cerca de 20% do faturamento vêm de produtos e projetos que não existiam há três anos. Um exemplo é o aplicativo de entrega Zé Delivery, que entrega cervejas geladas, destilados, vinhos e até aperitivos na casa dos consumidores. De janeiro a setembro, o app processou 44 milhões de pedidos.

“Inovação e tecnologia são essenciais para colocarmos o consumidor no centro”, diz Bruno Stefani, diretor global de inovação da Ambev. De olho nisso, criou o Bees, um marketplace (plataforma on-line) que permite que bares, restaurantes e varejistas façam suas compras com produtos que vão além do portfólio da cervejaria. É possível, por exemplo, encontrar produtos de outras empresas, como BRF e M. Dias Branco. O Bees é usado por 85% da base de clientes da Ambev, que soma mais de 1 milhão de pontos de venda.

O tempo médio de desenvolvimento de novos produtos caiu de 12 meses para apenas quatro meses. Parte disso se deve à intensificação do processo de transformação digital observado desde 2018, em que os investimentos em inovação cresceram 50%. A empresa não revela, porém, qual foi esse valor investido ou quanto ele representa da receita anual.

O processo de buscar soluções para diferentes problemas e em cada setor da empresa se acelerou especialmente na pandemia, observa Stefani. Para contribuir com ações de combate à pandemia da covid-19, por exemplo, a companhia especialista em fazer cervejas e outras bebidas não alcoólicas produziu álcool em gel, máscaras, lençóis descartáveis e adaptou uma fábrica para produzir oxigênio.

“É importante entender também que quando falamos em inovação estamos falando de assumir o teste simultâneo de uma centena de soluções”, diz o diretor, que no próximo domingo (16) participa do evento Rio Innovation Week (RIW), que acontece no Jockey Club Brasileiro, na capital fluminense.

Para ser mais inovadora, a Ambev tem buscado estar mais aberta a colaborações externas. “Para inovar com a velocidade que garanta competitividade no mercado, uma organização não pode mais querer desenvolver tudo dentro de casa. É uma questão de tempo e dinheiro”, explica Stefani. Por isso, o trabalho com startups ganhou gás nos últimos anos, com destaque em 2021. Até agosto do ano passado, mais de 630 startups interagiram com a companhia por meio de seu programa Ambev Startups.

Dentro desse universo, a companhia desenvolveu um programa de construção conjunta de projetos com startups, chamado de Além. A ideia é conectar essas startups a unidades de negócio da empresa. Na primeira edição, no ano passado, sete projetos foram desenvolvidos. Entre eles, foi criada a CapudoCup, uma competição do esporte eletrônico FreeFire, idealizada numa parceria da marca de energéticos Fusion e a startup SporTI.

Também no trabalho com startups, a Ambev criou sua aceleradora 100+, cujo foco são projetos de sustentabilidade. Em duas edições, 39 startups foram aceleradas e investimentos e negócios gerados movimentaram mais de R$ 13 milhões. “A interação da Ambev com milhares de startups já trouxe diversas soluções que otimizaram nossos processos e geraram uma relação de ganha-ganha entre indústria, cliente e consumidor.”

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/01/14/na-ambev-20-da-receita-vem-de-inovacao.ghtml