Heineken oferece energia renovável ao consumidor

Após se cadastrar no site da plataforma batizada de Green Your City, o consumidor pode ter acesso a um sistema de geração distribuída de energia renovável, como solar, eólica ou de biomassa. A economia chega a 20% da conta, segundo a empresa.

Além dos dados da instalação elétrica, o consumidor precisar comprovar que tem o valor médio mensal de R$ 200 para cima em sua conta de energia. Após a adesão, o prazo estipulado para a conversão e fornecimento é de até 120 dias. “Sustentabilidade hoje é o novo puro malte. É o que vai gerar diferenciação competitiva para a categoria lá na frente”, afirma Mauro Homem, vice-presidente de sustentabilidade e assuntos corporativos do grupo. Seu cargo foi criado neste ano.

O executivo não abre o valor investido, mas diz que a plataforma de projetos de sustentabilidade responde por “boa parte” do investimento da marca no Brasil, seu maior mercado global. “Nosso consumidor quer cada vez mais engajamento das marcas dentro de tópicos que sejam relevantes, e sustentabilidade tem batido de forma muito forte, em especial para o consumidor de 18 a 25 anos, que está entrando na categoria.”

A Heineken começou a cadastrar bares e restaurantes nos sistemas de geradoras de energia distribuída em 2021. O objetivo é que metade dos pontos de venda em 19 capitais usem energia renovável até 2030.

“A aceitação é muito boa, pois em pouco tempo o cliente se cadastra, ganha um benefício em sustentabilidade, proximidade diferente nas nossas plataformas e economiza na conta de luz”, diz. Para os pontos comerciais, a redução no valor da fatura pode chegar a 40%. O executivo não soube dizer quantos bares e restaurantes aderiram ao programa.

A Heineken tem parceria com geradores regionais de energia renovável certificada – solar, eólica ou de biomassa. A disponibilidade do serviço acontece de forma gradual. Atualmente, moradores de Minas Gerais, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e algumas cidades de São Paulo podem solicitar adesão. A previsão é de que o programa chegue a todo país até o primeiro semestre de 2023.

Com o programa, a companhia pretende dar mais um passo em suas metas ambientais. No caso da marca Heineken, ter o processo interno de produção 100% com energia renovável é um objetivo que deve ser alcançado no fim de 2023, com a entrega da caldeira de biomassa da planta de Jacareí (SP) – que faz parte dos R$ 320 milhões que o grupo vai investir em suas cervejarias paulistas.

Fonte: https://valor.globo.com

João Pessoa recebe caminhões elétricos da Ambev

A Ambev continua dando seus passos rumo à meta de ter 50% da frota de caminhões elétricos até 2025 e, desta vez, são os pessoenses que vão acompanhar de perto essa evolução. No dia 30 de março, a companhia oficializa a chegada de 6 caminhões elétricos a João Pessoa para atender as suas operações locais. Os modelos são 100% elétricos, com zero emissão de poluentes.

“Esse movimento é parte de um plano maior. Até 2025, teremos 100% da nossa eletricidade advinda de fontes renováveis e vamos reduzir em 25% as emissões de carbono em toda a cadeia de valor. Em 2040, zeraremos as nossas emissões de carbono. Ter veículos elétricos operando em João Pessoa é parte fundamental do plano”, afirma Lucas Baggi, Gerente de Relações Institucionais da Ambev.

Para cumprir suas metas de sustentabilidade logística, a companhia tem realizado diversas parcerias. Além de lançar o e-Delivery – primeiro caminhão elétrico da América Latina – junto com a Volkswagen, a Ambev também acordou a compra de mais de 1.000 veículos elétricos com a Startup FNM e a montadora Agrale. A parceria mais recente foi com a JAC Motors para aquisição dos caminhões elétricos no modelo iEV1200T.

Para atender essa realidade, todos os Centros de Distribuição da Ambev que receberem os caminhões elétricos também contarão com ‘PitStops de Carga’, estruturas desenvolvidas como bases para recarga que utilizam energia limpa.

Como a Ambev vai zerar as emissões de carbono de fornecedores até 2040

Para zerar as emissões líquidas de carbono próprias e de terceiros até 2040, a fabricante de bebidas Ambev busca influenciar todo o ecossistema ao incentivar e ajudar os fornecedores a cumprirem a meta. Para isto, foi formado o Compromisso pela Ação Climática.

Atualmente, 160 parceiros assinaram o acordo. Entre eles, estão os 16 dos maiores fornecedores da Ambev, como a Cooperativa Agraria, Valgroup, Vivo, WestRock, Concordia Logística, Ingredion e Ecolab, que juntos representam 50% dos fornecedores em volume de compras.

“Esse é um compromisso coletivo e colaborativo. Vamos apoiar todos os parceiros, incluindo aqueles que ainda não entraram na aliança e não amadureceram sua jornada de descarbonização, e ajudá-los a fortalecer suas políticas ambientais, o que vai dar novas perspectivas aos negócios. Serão treinamentos, consultorias e encontros frequentes com o nosso time para que possam avançar e fazer parte da aliança”, comenta Rodrigo Figueiredo, Vice-Presidente de Sustentabilidade e Suprimentos.

Segundo o executivo, a Ambev tem avançado em sua ambição de reduzir em 25% as emissões de carbono da cadeia de valor nos próximos dois anos e, até 2040, zerar emissões próprias e de terceiros.

Frota de caminhões elétricos chegando às ruas, transformação de cervejarias e maltarias em carbono neutro, além de 100% das unidades operando com energia renovável e pontos de vendas recebendo energia limpa são alguns exemplos de projetos em andamento.

Para aderir ao movimento, as empresas parceiras podem encontrar mais informações no site da Ambev.

Você já pensou em transformar uma garrafa de cerveja em tijolo? Saiba mais

A sustentabilidade pode parecer um tema recente, que apareceu somente nos anos 90, mas designers, arquitetos e diversas marcas já haviam pensado em soluções visando a economia circular e a logística reversa.

É fato que a maior produção de resíduos atualmente no planeta vem do plástico, mas, quantas garrafas de cerveja também são jogadas nos aterros todos os dias e não são recicladas? Estima-se que mais de 11 milhões de toneladas de garrafas de vidro são jogadas no lixo todo ano, mas o que seria possível realizar com todo esse material?

As garrafas de cerveja comuns, cilíndricas, não são facilmente empilháveis, mas podem aguentar bastante peso. Na década de 1960, a cervejaria holandesa Heineken propôs uma nova ideia: garrafas de cerveja retangulares que poderiam funcionar como tijolos para moradias populares.

Segundo a história divulgada pela Heineken Collection Foundation, a inspiração veio de uma visita do fundador da marca, Alfred Heineken, à ilha de Curaçao, onde ficou impressionado com a quantidade de lixo descartado ao ar livre. Parte desses resíduos eram suas garrafas de cerveja.

O arquiteto John Habraken foi convidado pela marca para projetar uma garrafa reutilizável que pudesse servir como bloco de construção após o uso. O resultado foi a WOBO (World Bottles), uma garrafa com laterais planas, com relevo e fundo côncavo para que pudesse ser facilmente encaixada em outra. A Heineken chegou a produzir um total de 100.000 dessas peças.

Apesar das boas intenções e do êxito do protótipo, o produto não chegou a ser comercializado, pois encontrou resistência de alguns departamentos da empresa. No entanto, alguns anos depois, as garrafas se tornaram uma casa no jardim da cervejaria.

Ambev inaugura fábrica para beneficiar lúpulo e potencializa agricultores familiares

“Estamos tendo a oportunidade de participar de um momento muito especial e raro quando falamos em agro no Brasil: o nascimento de uma nova cultura.” Felipe Sommer, coordenador de projetos especiais da Ambev, fala entusiasmado sobre a produção de lúpulo no País, às vésperas de inaugurar oficialmente a nova fábrica de beneficiamento da Ambev em Lages, na Serra Catarinense.

A unidade foi construída antes da pandemia no mesmo local da cervejaria e integra o Projeto Fazenda Santa Catarina. O objetivo é fomentar o cultivo de lúpulo no Brasil por meio da agricultura familiar. “É a primeira fábrica de beneficiamento da planta em escala industrial no Brasil. Fundamos em 2019, mas, devido à pandemia, adiamos a inauguração para o próximo mês de abril”, diz o coordenador do projeto, que é engenheiro químico e mestre cervejeiro.

O espaço também abriga um viveiro com capacidade de produção anual de 60 mil mudas, as quais são doadas aos agricultores, e uma lavoura experimental de 1 hectare com variedade de espécies cultivadas para realização de testes de manejo.

“A Ambev não está produzindo lúpulo. Está ajudando os produtores a implementar uma nova cultura, entendendo as suas dores e o estágio de cada um, para quebrar barreiras, ajudar a ganhar escala e qualidade, além de transformar o que hoje ainda é uma matéria-prima agronômica em um produto”, explica.

Embora incipiente, a plantação de lúpulo no Brasil já é uma realidade e a ideia de se iniciar um negócio na área é tentadora. Afinal, o País é o terceiro maior produtor de cerveja no mundo, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindcerv). No entanto, é dependente do lúpulo importado – em 2021, foram importadas 4.721 toneladas da planta, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

A produção brasileira não representa nem 1% do mercado, segundo a Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo (Aprolúpulo), embora tenha crescido de 9 para 24 toneladas, entre 2020 e 2021. Se em 2018 havia 60 empreendedores do nicho no País, hoje já são ao menos 190 cadastrados pela Aprolúpulo. Cerca de 20 destes, de Santa Catarina e São Paulo, são parceiros da Ambev, totalizando 30 hectares plantados.

Por esse projeto da Ambev, o trabalho começa com a doação de mudas de origem comprovada, uma das limitações para quem está começando, uma vez que o custo da unidade varia de R$ 30 a R$ 40. Depois de plantadas nas terras dos agricultores, técnicos da Ambev fazem a colheita e levam as plantas para serem beneficiadas na fábrica.

Com isso, os produtores têm acesso a uma estrutura cara. Além da máquina de colheita, considerada um dos maiores gargalos da produção atualmente, o negócio ainda requer outros equipamentos, como secador, triturador, peletizadora e embaladora a vácuo.

Da matéria-prima ao produto

A Ambev paga R$ 110 por quilo aos produtores associados que vendem o lúpulo em plantas e R$ 150 por quilo para os que também fazem a colheita. A título de comparação, a matéria-prima importada chega ao Brasil na faixa dos US$ 12 (cerca de R$ 60), pronta para ser utilizada.

“Uma coisa é plantar lúpulo e ter a flor. Outra é produzir o pellet (pequenos cones de lúpulo comprimido a vácuo depois de colhido, seco em estufa e triturado), com análise de alfa ácidos, resina, aromas e pesticidas. Ou seja, toda a transformação de uma matéria-prima em um produto pronto para ser usado nas cervejarias. Por isso, dizemos que é um projeto de fomento”, ressalta o coordenador.

A previsão esse ano é que a fábrica em Lages produza 1,5 tonelada de lúpulo, mas a meta é aumentar a capacidade para 10 toneladas. Para isso, a companhia pretende alcançar mais 20 novos produtores no modelo de fomento em Santa Catarina e quantos parceiros conseguirem Brasil afora, por meio do contrato de compra de lúpulo em flor (já colhido).

“Ano passado, muitas pessoas conheceram o lúpulo e começaram a plantar. Agora é o momento de se pensar em escala. Esse é o ano do boom do lúpulo”, afirma o executivo. Segundo ele, o custo do ingrediente nacional ainda não é competitivo frente ao importado, por isso é tão importante desenvolver nichos e terroir, assim como ocorre com as culturas do café e do vinho.

“Os importados são de altíssima qualidade, mas levam alguns meses para chegar ao Brasil. Ter acesso a um lúpulo novo, mais fresco e produzido localmente pela agricultura familiar, além de diminuir a dependência de importação, dá ao cervejeiro a oportunidade de criar novas receitas, marcas e produtos com outros tipos de apelo com valor comercial. Com o tempo, vamos colocar o nosso tempero e criar um diferencial”, finaliza.

Confira a seguir trechos da entrevista concedida por Felipe Sommer ao Estadão.

Como você vê a produção de lúpulo no Brasil atualmente?

Assim como ocorreu há algumas décadas com a maçã, a uva e a soja, dizia-se que não era possível produzir lúpulo no Brasil por causa do clima. Hoje, há pequenas produções em diferentes locais, como Brasília, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Grande do Sul. Contudo, cabe ressaltar que essa é uma cultura nova, por isso ninguém tem verdades absolutas. Nós, inclusive, estamos aprendendo.

Já dá pra saber quais as características do lúpulo brasileiro?

É muito cedo ainda para falarmos em terroir, como temos no café, na uva e em algumas outras culturas. Os produtores estão testando variedades, manejo e aprendendo a fazer uso de suplementação luminosa. A chinook, por exemplo, é uma variedade de origem americana, com características de amargor, muito usada nas cervejas IPAs, que, no Brasil, apresenta aroma de maracujá, diferentemente da cultivada nos Estados Unidos. Essa já é uma característica do nosso terroir, mas é muito cedo para inserir a informação no rótulo.

Com o tempo, vamos colocar o nosso tempero e criar um diferencial. Do contrário, vai ser difícil fazer essa cultura estourar. O custo do lúpulo nacional ainda não é competitivo frente ao importado, por isso é tão importante desenvolver nichos e terroirs.

Então, o custo do lúpulo produzido no Brasil ainda é superior ao importado?

Pagamos R$ 110 reais/quilo aos produtores associados que vendem em plantas. Para o produtor que já faz a colheita, oferecemos R$ 150/quilo pelo lúpulo em flor (in natura). Os valores são estipulados em contrato e estão coerentes com o mercado, mas há quem ache pouco. A título de comparação: o lúpulo importado, por exemplo dos Estados Unidos ou Alemanha, chega ao Brasil na faixa dos US$ 12 (cerca de R$ 60), em boa qualidade e pronto para ser utilizado. Nós estamos subsidiando praticamente todo o lúpulo produzido por meio do projeto, transformando em pellet e embalando a vácuo, que é a matéria-prima utilizada pelo cervejeiro.

Quais os desafios para quem quer empreender no setor?

A primeira dificuldade é conseguir mudas certificadas, com qualidade e sem doenças, uma vez que existem poucos viveiros no Brasil. Depois, vem a questão do acesso ao beneficiamento. O mercado brasileiro carece de equipamentos e o custo das máquinas gira em torno de seis dígitos.

O manejo também é outro desafio. Não existe uma receita definida, sequer produtos oficialmente regulamentados. Estamos em contato com grandes produtores do agro no exterior para entender, por exemplo, quais defensivos funcionam melhor na plantação de lúpulo, mas é preciso atuar junto ao Ministério da Agricultura para garantir as certificações.

Ter para quem vender também é outra das grandes dificuldades, tendo em vista que a maioria dos produtores ainda está comercializando lúpulo em flor, em pequenos volumes. As plantas de lúpulo tem pouco valor comercial, diferentemente dos pellets embalados a vácuo e com análise de qualidade. Como há poucos laboratórios que fazem o trabalho, o custo também é elevado. 

E onde está o gargalo da produção?

O gargalo da produção é justamente a colheita das plantas. Uma planta chega a ter de 500 a 1000 cones, ou florzinhas. Imagina tirar uma por uma à mão? É quase impossível. Desenvolvemos a primeira máquina de colheita do Brasil para remover a flor há dois anos. Hoje, já há cerca de três no mercado com o mesmo princípio de funcionamento da nossa. Agora, estamos importando outra da Alemanha, que aumenta em 10 vezes a nossa capacidade, de 20 plantas/hora para 200 plantas/hora.

Como o lúpulo é consumido no Brasil?

No Brasil, 99% do lúpulo é importado em pellet à vácuo, em embalagens de 10 kg a 20 kg que duram cerca de dois anos. Esse é o tipo mais utilizado pelas grandes cervejarias e pelas artesanais com um pouco mais de automação. O lúpulo em flor dá muito trabalho para o cervejeiro. Pode entupir equipamento e perder qualidade facilmente. Além disso, precisa ser colhido e levado logo em seguida para fazer a cerveja, se não oxida.

Por que ainda há poucas cervejarias utilizando lúpulo nacional?

Toda vez que se começa uma cultura, lidamos com um organismo vegetal, que tem um tempo de adaptação, além das questões envolvendo o beneficiamento. Estamos em fase de desenvolvimento. Quando colhemos, por exemplo, 1 kg de um lúpulo, processamos e comparamos com o importado, o resultado é maravilhoso. Mas estamos falando de uma escala de quilos, o que é muito pouco.

Para uma cervejaria se comprometer a produzir uma bebida com o lúpulo nacional, ainda não há garantia de que receberá a quantidade e a qualidade necessária. A partir do momento em que o cervejeiro conseguir comprar 100 kg do ingrediente, será possível produzir a mesma cerveja o ano todo, com um lúpulo padronizado, com análise, sabor e aroma padrão. Esse é exatamente o momento em que estamos vivendo. É preciso prestigiar o lúpulo nacional, saber que tem uma concentração menor e o desafio de se ter uma escala, o que implica fazer alterações na receita. Dá trabalho fazer adaptação, mas isso faz parte do desenvolvimento da cadeia.

Diante disso, como incentivar o uso do ingrediente produzido aqui?

O cervejeiro no Brasil já está acostumado a usar o lúpulo importado, seja da Alemanha, Tchecoslováquia ou Estados Unidos. Incentivá-lo a utilizar o lúpulo nacional não é tarefa simples e requer um processo de convencimento. É necessário exaltar o ingrediente local, regional ou nacional, mais fresco e oriundo da agricultura familiar para termos um apelo frente ao importado. Precisamos criar valor à matéria-prima nacional, por isso estamos em contato com toda a cadeia produtiva. Queremos chamar a atenção da indústria para essa nova cultura que está nascendo e para um mercado que pode ser gigantesco.

A Ambev já utiliza o lúpulo nacional?

Já lançamos quatro rótulos. Na primeira vez, o ingrediente deu vida à Green Belly, feita junto à catarinense Lohn Bier. É uma cerveja com produção regular, mas vendida apenas nas redes de supermercado de Santa Catarina e via e-commerce. Meses depois, desenvolvemos a Brazilian Blonde Ale e a TodaNossa, que é feita com lúpulo, malte de cevada e fermento nacionais. Por último, produzimos uma edição especial da Colorado Brasil com S.

Assim que tivermos uma escala que nos permita ter um volume de 5 a 10 toneladas de lúpulo, a intenção é ter uma cerveja regular. Para se ter uma ideia, a escala de uma cervejaria artesanal é da ordem de milhares de litros, enquanto a de uma grande empresa gira em torno de milhões de litros. Queremos fomentar o ecossistema produtor de lúpulo. A ideia é que outros cervejeiros também usem o ingrediente, não só a Ambev, para se criar um mercado.

Quais são as variedades de lúpulo mais plantadas no Brasil?

Varia muito de acordo com a região. Arrisco a dizer que a espécie mais plantada atualmente é a cascade, porque é um tipo lúpulo americano usado para a fabricação de diversos estilos de cervejas. Mas já tive acesso a mais de 15 variedades, dos EUA, da Europa, da Tchecoslováquia e da África, sendo testadas no Brasil. No viveiro da Ambev, importamos mudas da Alemanha e dos Estados Unidos e trabalhamos com quatro variedades, mas há produtores parceiros com mais de 10. Estamos em fase de escolher as que mais se adaptam e são mais interessantes do ponto de vista cervejeiro.

O governo tem atuado no desenvolvimento da cadeia?

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) teve um papel importante, há cerca de dois a três anos, ao fornecer a autorização e a regulamentação para plantar lúpulo no Brasil. Assim como vem ocorrendo com o cenário da cannabis, o MAPA tem que autorizar a importação das mudas. Agora, o governo vai ser fundamental para regulamentar o manejo. É preciso registrar os herbicidas, os fungicidas, o adubo, até mesmo os produtos orgânicos, a serem usados na cultura do lúpulo. A Ambev e a Aprolúpulo vêm trabalhando nesse sentido.

Também fazemos parcerias junto a órgãos como a Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) e Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), que contam com extensionistas e agrônomos. Treinamos os profissionais para que possam auxiliar os produtores com questões relacionadas ao manejo, afinal, tudo é novo.

Ambev quer resgatar uso de embalagens retornáveis, com criação do ‘casco virtual’

Diante do desafio que o segmento de produção e distribuição enfrenta para se tornar mais sustentável, a Ambev está apostando na economia circular, onde nada se desperdiça. Tudo se recicla e se reaproveita. Há anos, a empresa tenta fazer decolar sua operação de embalagens retornáveis — enquanto 95% das latinhas de alumínio são recicladas, entre as garrafas de vidro, de cervejas, o índice fica abaixo de 20%.

— Nossa meta é, até 2025, ter pelo menos 50% da matéria-prima utilizada na produção dos vasilhames vindos de material reciclado — conta o vice-presidente de Sustentabilidade e Suprimentos da companhia, Rodrigo Figueiredo, acrescentando que, hoje, esse percentual é de 40%.

Como conseguir isso é o ‘X’ da questão, pois já são décadas de tentativas não tão bem-sucedidas. Ciente de que ninguém mais quer andar por aí com garrafas tilintando na sacola e que nem sempre há espaço em casa para guardar garrafas, a empresa criou o “casco virtual”.

Qualquer um que comprar garrafas de cerveja pode deixá-las no estabelecimento perto da sua casa, cadastrado, e ter “vasilhames virtuais”, que geram créditos, computados em um aplicativo. Assim, não precisa nem se deslocar por longas distâncias com objetos pesados nem trocar o engradado na hora — pode usar depois o crédito, na compra em outros lugares.

A iniciativa está em fase de teste ainda, mas a empresa espera, nos próximos anos, que ela alcance dimensões nacionais. Outra frente importante para a empresa é eliminar qualquer plástico que não seja biodegradável. O guaraná Antártica é o único que tem, desde o ano passado, quando o produto chegou ao centenário, 100% das garrafas feitas com plástico reciclável.

O alvo da vez são as embalagens que envelopam os pacotes de bebidas, conhecidas como shrink. Além de serem feitas de plástico, elas levam tinta, o que impedia sua reciclagem. Graças a uma tecnologia desenvolvida por uma das startups parceiras, a Deink Brasil, foi possível separar a tinta do plástico.

A parceria com startups é um trunfo da Ambev para tirar suas ideias do papel e tornar as metas de sustentabilidade factíveis. Essas parcerias são feitas por meio de projetos de aceleração — quando a startup recebe apoio financeiro e mentoria para apoiar e expandir seu negócio. Pelas contas de Figueiredo, mais de 50 startups foram aceleradas e R$ 15 milhões já foram investidos. Em outra frente, a empresa se prepara para lançar máquinas de reposição das bebidas, como um refil. A dificuldade é garantir a higienização das embalagens quando o consumidor chegar ao ponto de venda para comprar só o líquido. Por isso, o projeto, que ainda está sendo desenvolvido por uma dessas startups parceiras, a Avoid, vai passar pelo crivo e aprovação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa)

Fonte: https://oglobo.globo.com

Ambev anuncia 300 vagas de estágio e processo exclusivo para pessoas pretas

Uma das maiores empresas do Brasil, a Ambev, dona de marcas como Brahma e Skol, anunciou hoje a nova edição de seus programas de estágio. As inscrições para o Estágio Regular e para o Representa, processo seletivo destinado somente para pessoas pretas, serão abertas no dia 04 de abril. Estarão disponíveis 300 vagas no total, espalhando-se por três áreas da corporação: Business, Supply e Tecnologia. As inscrições são feitas pelo website da companhia.

A Ambev está buscando pessoas apaixonadas por inovação, que sonham grande, valorizam a diversidade, tenham perfil colaborativo, sejam curiosas e queiram impactar positivamente a sociedade. Com isso em mente, a empresa abriu o processo de seleção para o Brasil inteiro, com procedimentos completamente online e possibilidade de escolher em qual unidade da Ambev trabalhar.

Durante a seleção dos novos estagiários, seja para o Estágio Regular ou Representa, idade, gênero, curso ou faculdade não serão levados em consideração. No entanto, para passar e ser aceito, o candidato deve passar por diversas etapas de games inovadores e interativos, além de uma etapa de vídeo, que, em vez do formato tradicional, não traz limites, podendo ser qualquer tipo de vídeo, desde que o candidato não apareça na gravação.

“O programa de estágio é uma oportunidade para o universitário entregar resultados e estar envolvido em projetos que geram impacto e oferecem muito desenvolvimento. Queremos jovens talentos para prepará-los para assumir diversos desafios antes mesmo de concluírem seus cursos”, comenta Camila Tabet, Diretora de Gente & Gestão da Ambev no Brasil.

Para fazer parte da nova turma de estagiários da Ambev, não será necessário o conhecimento de inglês e a escolha não será limitada por faculdade ou cursos – todos os estudantes podem se candidatar, devendo, somente, formar-se no período entre dezembro de 2022 e julho de 2024. Esse é mais um dos movimentos da empresa para aproximar-se dos estudantes e incorporá-los no mundo da Ambev.

Outra ação da companhia, destinada somente aos universitários, foi a abertura de uma sala de inovação na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), na qual alunos e professores podem conhecer mais sobre desafios reais do mercado, além de incentivar a cultura do desenvolvimento e do empreendedorismo. Envolvido nisso, está o portal de conhecimento em inovação da empresa, o Ambev On, que fornece esse tipo de educação para o público externo também.

Oportunidade para pessoas pretas

O programa Representa é destinado exclusivamente para pessoas que se autodeclaram pretas, não considerando candidaturas de pessoas pardas, por exemplo. Criado para oferecer oportunidades iguais para essa parcela da população que não teve acesso a certas posições por muito tempo, o Representa é uma maneira que a Ambev encontrou de trazer diversidade para as suas marcas, além de impactar a sociedade.

“Estamos em busca de pessoas que estejam alinhadas com nosso propósito de criar experiências incríveis para nossos consumidores a partir de muita inovação e criatividade. Essas vagas são para aqueles que sonham grande por um futuro com mais razões para brindar; que enxergam a diversidade como um fator crucial para uma entrega de excelência; e que acreditam no trabalho em equipe e no crescimento compartilhado”, Camila também afirmou.

Os estagiários, selecionados através do Representa, recebem bolsas de estudos de inglês, algo que os candidatos do Estágio Regular também acessam, além de benefícios específicos como salário extra no primeiro mês de contrato, mentoria, apoio psicológico e orientação financeira e jurídica, somente para eles.

Fonte: https://economia.uol.com.br

Heineken lança primeira cerveja virtual no metaverso

A Heineken anunciou sua entrada no metaverso com o lançamento de uma cerveja virtual. A marca segue a tendência de outras empresas como Nike e McDonald’s, que já estão apostando na oferta de produtos e serviços virtuais.

Chamada Heineken Silver, a cerveja brinca no rótulo com a questão de existir apenas no mundo virtual. É possível ler as seguintes informações:: pixels (0g), HTML (0g), cores RGB (0g), renderização (0g) e falha (0g).

A Heineken Silver foi lançada em uma cervejaria virtual na plataforma Decentraland. De acordo com a BBC, jornalistas foram capazes de conferir o evento usando seus avatares. O lançamento contou ainda com a presença do embaixador da Heineken, o ex-jogador Thierry Henry.

Apesar de todo o empenho na divulgação do novo produto, a Heineken também afirma que a cerveja virtual não deixa de ser um comentário irônico sobre a atual “corrida” ao metaverso. “É uma proposta que brinca com a própria marca e com outras empresas que estão entrando no metaverso, lançando produtos que são mais apreciados no mundo real”, comentou o porta-voz.

Fonte: https://epocanegocios.globo.com

Reforma Tributária precisa acelerar

Luiz Nicolaewsky
Superintendente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv)

O panorama de crescimento da inflação, alta dos juros, aumento nos preços dos insumos e custos de produção, somados aos reajustes do petróleo e da energia elétrica, tem impactado (negativamente) a retomada econômica. Ainda assim somos otimistas, continuamos a acreditar na melhora gradativa, na geração de empregos e na atração de novos investimentos em um caminho na busca do equilíbrio do país.

No entanto, é indispensável voltar a discutir projetos que abram espaço para o Brasil retomar o ritmo de crescimento econômico e desenvolvimento social. E um deles é a reforma tributária.

Fruto de um extraordinário esforço do senador Roberto Rocha (PSDB/MA), temos visto maiores chances de a PEC 110 avançar ainda este ano. Em meio ao recesso parlamentar, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sinalizou que o projeto teria prioridade na Casa com a leitura de seu relatório até o fim de fevereiro.

Em linhas gerais, trata-se de um caminho mais próximo que o setor industrial brasileiro tanto aguarda: um sistema tributário que reduza a burocracia, o contencioso jurídico, a quantidade de impostos, a complexidade e o custo da sua operação. E que traga segurança jurídica para a indústria, mas sem aumentar a carga tributária, uma das mais altas do mundo para a atividade produtiva. O impacto atual dos tributos no preço final da cerveja chega a 56%.

O Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, atrás da China e dos Estados Unidos, com uma produção anual de mais de 14,3 bilhões de litros. Movimenta uma cadeia do “campo ao copo” que se estende desde o agronegócio, com destaque para a produção de diversos grãos, mais de 40 mil veículos empregados na distribuição e 1,2 milhão de postos de vendas espalhados por todo o país, até o consumo final das famílias.

Em números, o setor cervejeiro representa 2% do Produto Interno Bruto e contribui com mais de R$ 25 bilhões em impostos, gera uma massa salarial de R$ 27 bilhões e é responsável por mais de 2 milhões de empregos diretos, indiretos e induzidos.

Daí a importância da indústria da cerveja como uma das principais molas propulsoras na geração de empregos e retomada do país em meio à crise sanitária que vivemos.

Entendemos que a reforma tributária é um tema complexo e mesmo diante da agenda eleitoral há sensibilidade do Poder Legislativo federal para a aprovação de uma reforma estruturante que conta com o apoio e o consenso entre indústria, estados e sociedade civil. A reforma tributária precisa acelerar para que o Brasil retome os trilhos do desenvolvimento.

Heineken Silver: No metaverso também já se “bebe” cerveja virtual

A “moda” do metaverso parece ter vindo para ficar e são várias as empresas, sejam elas tecnológicas ou não, que estão apostando na fusão entre mundo físico e virtual. A Heineken não ficou indiferente à tendência e lançou a sua primeira cerveja virtual, a Heineken Silver, numa apresentação no metaverso baseado na tecnologia de Blockchain da Decentraland.

No palco principal da cervejaria virtual, Bram Westenbrink, Global Head da Heineken, afirmou que a marca está sempre em busca de novas formas de “refrescar” o mundo da cerveja e, este ano, decidiu dar um passo em frente numa nova dimensão digital, aproveitando as possibilidades trazidas pelo metaverso para juntar pessoas independentemente do local onde estejam.

Nas palavras do responsável, a Heineken Silver é fruto de uma combinação entre muitos pixels, uma pitada de código e várias noites intensas a programar. É certo que ainda não é possível saborear pixels e bytes, mas a marca quer precisamente brincar com essa ideia. “É uma ideia consciente que nos diverte a nós e a muitas outras marcas que saltam para o metaverso com produtos que seriam melhor apreciados no mundo real”.

Neste espaço virtual é possível acessar a várias experiências interativas e os visitantes poderão ver, por exemplo, como é que a Heineken Silver é feita. Se ficou curioso e também quer dar um “pulinho” ao metaverso pode experimentar por si próprio, acessando através da Decentraland.

Fonte: https://www.istoedinheiro.com.br