Guia lança sites temáticos sobre ciência e lúpulo com o apoio da Ambev

Criado em 2018, o Guia da Cerveja dá mais um passo para ampliar a divulgação da cultura e conhecimento que cercam a cerveja com o lançamento, nesta terça-feira, de dois sites temáticos: Ciência no Guia e Lúpulo no Guia. As iniciativas têm o apoio da Ambev e surgem como novos espaços para debates sobre essas temáticas, com os conteúdos sendo produzidos pela equipe de reportagem do Guia.

A ideia, com as duas novas páginas, é agregar conteúdo e aprofundar as discussões e a divulgação do que de novo e relevante tem sido feito nas diversas vertentes do setor cervejeiro, sempre buscando apresentar análises aprofundadas, algo que vem sendo realizado no Guia ao longo dos últimos anos.

Agora, então, as novidades, as tendências e as oportunidades sobre ciência e lúpulo ganham um canal exclusivo. Mensalmente, os dois sites serão abastecidos com material relevante, produzido através de reportagens, artigos de especialistas e entrevistas em vídeo, também publicadas no YouTube, outra vertente da nossa atuação.

Criar um site que aborde a ciência e as inovações que marcam e ajudam a otimizar a atuação da indústria cervejeira está em consonância com a visão do Guia de que o crescimento do setor só será consolidado e com qualidade a partir do uso do saber e da sua aplicação nas atividades.

Nas primeiras publicações do site Ciência do Guia, abordamos, em reportagem especial, como as pesquisas e a tecnologia têm sido fundamentais para impulsionar melhorias no processo de malteação. Em outra matéria, traçamos um panorama dos planos da Academia da Cerveja da Ambev para 2022.

Acesse o Ciência no Guia

Em conteúdo disponibilizado em vídeo e texto, Anna Carolyna Goulart Vieira, nutricionista e especialista no Centro de Inovação e Tecnologia da Ambev, e Deborah Oliveira de Fusco, doutora em alimentos e nutrição pela Unesp, do Campus Araraquara, avaliam como o crescimento das cervejas low carb ajudou a ampliar o diálogo entre a academia e a indústria. E, finalmente, especialistas apontam como a ciência ajuda em projeções de uma safra ainda melhor e maior da cevada em 2022.

Lúpulo no Guia
Antes diminuta, a produção de lúpulo no Brasil tem crescido nos últimos anos. Uma expansão que vem sendo exponencial quando se observa o interesse em conhecer mais sobre a cultura desse insumo básico para a fabricação de cervejas. E essa movimentação, que envolve pesquisadores, pequenos agricultores e a grande indústria, não poderia ficar alheia ao Guia.

Em seus primeiros conteúdos, o site Lúpulo do Guia, também com o apoio da Ambev, aborda, em reportagem especial, as perspectivas para a produção de lúpulo ao longo de 2022. Outra matéria detalha a parceria recentemente firmada entre a agritech Silver Hops e a Ambev, com a avaliação do quão benéfica poderá ser para o setor.

Acesse o Lúpulo no Guia

Fonte: https://guiadacervejabr.com

Fim da ressaca: o crescimento do mercado de cervejas sem álcool

Até pouco tempo atrás, cerveja sem álcool soava como piada. Quem se aventurava pela seção de bebidas do supermercado encontrava poucas opções, todas com gosto distante da bebida original. Evitar a ressaca tinha lá suas vantagens, é claro, mas não representava uma alternativa saborosa. Agora, a situação mudou da água para o vinho — o que era ruim melhorou muito. Maior variedade de rótulos e olhar atento de algumas das maiores empresas do mercado transformaram as geladas sem álcool em produtos de qualidade reconhecida e, como não poderia deixar de ser, rentáveis para a indústria cervejeira. De fato, há forte demanda por esse tipo de bebida. Um levantamento feito pelo Euromonitor a pedido do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv) mostra que a produção quase dobrou de 2019 para 2021 (veja o quadro). O Brasil, terceiro maior produtor de cervejas do mundo, atrás de China e Estados Unidos, adotou de vez a versão sem álcool, que passou a ser alvo até de produtores premiados.

A Dádiva, de Várzea Paulista, no interior de São Paulo, eleita em 2020 a melhor cervejaria do Brasil pelo site RateBeer, foi pioneira em unir o universo das bebidas artesanais com o público que busca alternativas sem álcool. A empresa lançou recentemente uma golden ale, um estilo popular em países como Bélgica, França e Reino Unido por seu sabor frutado e aroma de lúpulos. “Optamos por não produzir uma pilsen ou uma lager, e a decisão foi bem-aceita”, diz Luiza Tolosa, sócia-fundadora da Dádiva. “A demanda inicial foi enorme e tivemos quebra na produção algumas vezes.” Agora, o rótulo faz parte de uma linha especial da cervejaria que é vendida em supermercados e bares.

A legislação determina que a bebida precisa ter menos de 0,5% de álcool para ser vendida como tal. Para chegar a esse resultado, os cervejeiros usam leveduras específicas que consomem apenas um tipo de açúcar, a glicose, disponível na mistura de malte de cevada e água que inicia o processo de fabricação. Essa etapa da fermentação retira o gosto adocicado e torna o resultado mais próximo daquele a que o consumidor está acostumado.

Existem outros métodos mais complexos que deixam a cerveja absolutamente sem álcool. É o caso do processo adotado pela Heineken. Os ingredientes e a receita-base são os mesmos presentes em seu rótulo tradicional, mas a cervejaria usa, após o processo de fermentação, um equipamento que retira todo o álcool por meio da chamada destilação a vácuo. Depois, aromas naturais são acrescentados para tornar o resultado quase indistinguível do original. O maquinário é caro e poucas empresas têm acesso a ele, mas o investimento deu resultado. A semelhança de sabor entre as duas versões é tamanha que a sem álcool caiu no gosto do brasileiro. Hoje em dia, o país é o principal mercado do mundo para o rótulo.

A forte penetração da Heineken e o pioneirismo de cervejarias como a Dádiva ajudaram a tornar o segmento mais maduro e, portanto, mais cobiçado. Com isso, é possível encontrar bebidas fora da curva. A Doktor Bräu, de Congonhal, em Minas Gerais, está lançando uma fruitbeer (estilo que leva frutas na receita) sem álcool, com pouca caloria e isotônica. “Já tínhamos experiência com cervejas low carb, mas fui atrás da opção mais saudável possível”, afirma Nuberto Hopfgartner, fundador da empresa. Para divulgar a novidade, fechou parcerias com esportistas e grupos de corrida.

A estratégia pode parecer inusitada, mas não é inédita. Nos Estados Unidos, a Athletic Beer foi criada com a proposta de oferecer uma cerveja sem álcool como bebida ideal para o pós-treino e construiu uma comunidade em torno de atividades ao ar livre e preservação de trilhas para caminhada. Antes, a fabricante alemã Erdinger também apostou no público esportista para popularizar sua cerveja sem álcool. O rótulo, assim como outros clássicos da Alemanha, como a weissbier da Paulaner, é uma das alternativas importadas encontradas por aqui. Ou seja: agora, dá para evitar a ressaca sem abrir mão de uma boa cerveja.

Sabor sem culpa
Com técnicas específicas para evitar ou retirar o álcool durante a produção, cervejarias de portes variados garantem a qualidade de suas receitas

PAULANER WEISSBIER
Na cerveja de trigo da tradicional fabricante alemã, a versão sem álcool mantém o mesmo perfil de sabor e aromas. É um dos bons rótulos importados que o consumidor brasileiro encontra nos bares e supermercados

HEINEKEN 0.0%
O processo de produção retira o álcool da cerveja ao usar técnicas de destilação a vácuo. Com isso, a Heineken consegue reproduzir a sua receita tradicional. O Brasil aprovou — é o maior mercado do mundo

DOKTOR BRÄU ISOTONIC FRUITBEER
Pensada para o público esportista, a cerveja leva frutas vermelhas, tem baixo teor calórico e é produzida sem álcool, além de conter sais minerais encontrados em isotônicos. A divulgação da bebida tem sido feita por corredores profissionais

DÁDIVA GOLDEN ALE
Eleita a melhor cervejaria do Brasil por dois anos consecutivos, a Dádiva foi precursora ao lançar um estilo diferente sem álcool. A empresa fugiu do estilo pilsen e lager para criar uma golden ale, popular em países como Bélgica e França

Fonte: https://veja.abril.com.br