Ambev terá centro de pesquisa no IPT

Inauguração está prevista para 2023, com contrato inicial de três anos.

As áreas de inteligência artificial, bio e nanotecnologia, materiais avançados e, principalmente, tecnologias voltadas para o setor de suprimentos na indústria 4.0.

O novo centro contará com um time de cerca de 20 especialistas da Ambev, que vão interagir com os pesquisadores do IPT.

Liedi Bernucci, diretora-presidente do instituto, acrescenta que o centro irá desenvolver pesquisas aplicadas em vertentes tecnológicas deeptech (quando são trabalhadas tecnologias complexas ou resoluções de problemas de alto impacto), com sinergia entre diversas áreas do conhecimento, para agregar inovações de alta tecnologia em engenharia.

“Sabemos que a inovação surge da conexão das dores da indústria com o conhecimento dos profissionais e pesquisadores da ciência e tecnologia. Com este centro de pesquisa, queremos aproveitar a capilaridade e alcance da Ambev para encontrarmos, juntos, oportunidades de inovação que tenham impacto direto na sociedade e em nossos consumidores e consumidoras”, destaca Valdecir Duarte, vice-presidente de supply e experiência cervejeira da Ambev.

A Ambev nasceu, em 1999, da união entre as centenárias Cervejaria Brahma e Companhia Antarctica. Em 2004, a empresa fez uma fusão com a belga Interbrew, formando a AB InBev e chegando a 18 países.

No terceiro trimestre de 2022, o conglomerado registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,2 bilhões, queda de 13,9% em comparação ao período anterior.

Somente no Brasil, são 32 cervejarias, duas maltarias, 100 centros de distribuição direta e seis de excelência, além de 32 mil colaboradores.

Hoje, a companhia possui mais de duzentas marcas de bebidas, entre elas Skol, Brahma, Antarctica, Corona, Bohemia, Budweiser, Stella Artois, Guaraná Antarctica e Fusion.

Desde 2018, a Ambev investe em projetos de pesquisa e desenvolvimento no centro de inovação e tecnologia instalado no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em 2021, a empresa lançou o Espaço on, centro de pesquisas e desenvolvimento localizado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP).

O IPT, por sua vez, nasceu há 123 anos e atua como um dos maiores institutos de pesquisas do Brasil, com laboratórios e equipes de pesquisadores e técnicos qualificados em quatro grandes áreas.

Entre elas, estão inovação, pesquisa e desenvolvimento; serviços tecnológicos; desenvolvimento e apoio metrológico; e informação e educação em tecnologia.

Fonte: baguete.com.br

Heineken busca subir níveis de felicidade para aumentar produtividade dos funcionários

A Heineken, seguindo exemplo de empresas como Google e Amazon, quer começar a medir, de forma periódica, os níveis de felicidade dos seus funcionários. Com cerca de 13 mil colaboradores, a medida corporativa chega como uma forma de melhorar ainda mais o rendimento da empresa, que acredita que a felicidade é sinônimo de produtividade.

“Essa abordagem tem mais a ver com a satisfação do indivíduo. Diferente de uma pesquisa de clima tradicional, que mede aspectos mais gerais, a pesquisa de felicidade aborda os sentimentos e emoções, ou seja, olha para o funcionário de uma maneira mais integral”, diz Lívia Azevedo, diretora de People & Organization Development da Heineken.

Em 2003 a empresa Wohoo Partnership criou uma metodologia que se baseava em satisfazer seus funcionários para impactar positivamente o seus negócios, e virou referência para grandes instituições como a Heineken.

Além disso, também surgiu a função de CHO (Chief Happiness Officer), um profissional com o objetivo de criar estratégias para aumentar a felicidade da sua equipe. Segundo o LinkedIn, mais de 4 mil empresas contrataram um CHO, e a Heineken pode estar atrás de um.

“Neste ano, começamos a etapa de letramento dos líderes no assunto. Mas, no próximo, a ideia é ter metas traçadas”, diz Lívia.

De acordo com um estudo da Gallup, consultoria conhecida por mapear o engajamento no mundo todo, empresas com funcionários felizes diminuem em 50% os acidentes de trabalho. Já a pesquisa da Harvard Business Review mostra que empregados satisfeitos são 31% mais produtivos e até 85% mais eficientes.

A criação de uma metodologia para medir a felicidade dos funcionários da cervejaria é algo que começou com um trabalho anterior, quando a empresa lançou o Programa Heineken Cuida, voltado para a saúde mental.

Desenvolvido no auge da pandemia, o Heineken Cuida atua em três pilares: informação, como treinamentos e pílulas para desmistificar o tema, suporte de saúde com a equipe interna, além de apoio jurídico. Desde que foi implementado, em 2020, houve um aumento de 35% no número de funcionários da Heineken que utilizam o programa.

Hoje, as ações de pesquisa da empresa são feitas quinzenalmente em áreas de Vendas e Supply Chain, isso tudo com o auxílio da Reconnect Happiness at Work e a utilização da metodologia Perma.

Desenvolvida pelo psicólogo Martin Seligman, a Perma se baseia na psicologia positiva, que define a felicidade como uma estrutura composta por emoções positivas, engajamento, relacionamentos positivos, propósito e realizações. Até o fim deste mês, a Heineken pretende usar a metodologia 100% dos seus funcionários.

A ideia é, conforme a iniciativa amadureça, unificar o programa de saúde mental com as ações da pesquisa de felicidade. “Entendemos que não tem como abordar saúde mental apartado da felicidade e que, com uma jornada unificada, teremos resultados melhores, assim como os índices de bem-estar em que crescemos 6% na pesquisa global após a implementação das ações voltadas para o tema”, diz.

Fonte: promoview.com.br

Cocriação com startups no Programa Além, da Ambev: como é ser sponsor de desafios em inovação aberta?

O que você talvez ainda não saiba é o quanto ser sponsor dos desafios do Programa Além, plataforma de cocriação de novos negócios da companhia, pode ser transformador.

A palavra define a experiência de três colaboradoras da Ambev que atuaram como sponsors na segunda edição do programa: a gerente de Corporate Development, Thaís Anauate, e as especialistas em Inovação Bianca Viana e Bruna Ladeira.

Thaís está tocando projetos piloto de desenvolvimento de soluções em bebidas que possam promover a saúde e bem-estar do consumidor e acompanhando de perto a criação de dois líquidos em parceria com as startups Vitamine-se e Bold. A admiração pela postura de disrupção da empresa vem de muito tempo:

“Antes desta experiência como sponsor do Além eu tinha o olhar como fã do programa. Eu já atuava na área de inovação aberta antes da Ambev e, tendo essa visão de fora, tudo me chamava atenção. Principalmente nos últimos anos, pela capacidade da empresa de se reinventar com tamanha agilidade para se tornar uma grande plataforma”

Bianca está ao lado da tech Zumpy para construir soluções de transporte e armazenagem compartilhadas (crowdshipping e crowdstorage). Após o piloto, a Ambev acumula “um mapeamento positivo em relação aos pontos escaláveis e não escaláveis dentro do projeto, que surgiu para criar uma malha logística estratégica mais flexível com o objetivo de melhor atender os clientes”, explica.

O desafio de encontrar alternativas para inspeção inteligente de tanques fermentadores em conjunto com a Pix Force não teve todas as métricas de sucesso validadas durante o piloto. Nesse período, Bruna acumulou aprendizados importantes sobre o processo de inovar, como: dar errado também é um acerto. “Eu me sinto desafiada para a terceira edição, porque quero muito fazer um piloto virar rollout depois de ter chegado tão perto”, conta.

Em comum, as três destacam a metodologia do programa, que conta com a parceria da Innoscience, como um legado que pode ser replicado em vários outros projetos e iniciativas — e já estão trabalhando na terceira edição do Além.

“Vamos testar, errar e aprender mais rápido para ir pivotando”.

Thaís Anauate

Quando Thaís começou a trabalhar na Ambev, há um ano e meio, a pandemia estava no auge, provocando mudanças na rotina das empresas. O Programa Além, então, ofereceu muitas oportunidades, entre elas a de integração com a equipe. “Pude conhecer melhor as pessoas, outras áreas, e consegui transitar na companhia. Isto acabou abrindo portas para outros projetos”, conta.

Formada em Administração e com pós-graduação em Marketing, ela acredita que sua participação no Além é muito complementar ao caminho que já tinha trilhando dentro do ecossistema de inovação. “Consegui entender muito da indústria de bebidas, desde a parte legal e técnica até metodologias de pesquisa e estratégia comercial deste mercado”, diz.

Thaís participou, inclusive, da elaboração de dois desafios:

“Quando falamos em inovação, a maioria dos desafios acaba sendo voltada para tecnologia, Indústria 4.0, sustentabilidade. Ao mesmo tempo, eu via tantos empreendedores nesta vertical de Food Tech fazendo coisas tão incríveis em relação a novas bebidas, que eu fiz a provocação: ‘por que não trazer um desafio de cocriação de produto para dentro do programa?’”

O processo para os desafios começou com 32 startups mapeadas e inscritas, que passaram por várias fases até a definição de duas para início dos pilotos. O momento mais marcante foi quando o time decidiu mudar um dos principais atributos de um produto que está sendo desenvolvido depois de realizada uma pesquisa com o consumidor, que mostrou que o líquido entregava mais do que o público valorizava, considerando o quanto estava disposto a pagar.

“Foi importante porque inovar envolve quebrar alguns paradigmas que estavam preestabelecidos, não se prender tanto às ideias iniciais e se permitir ir mudando ao longo do processo”, reflete, ressaltando que o Além permite experimentar. “É testar e aprender, valorizar esta cultura do erro, do teste”.

Entre os maiores aprendizados acumulados na experiência, a gerente de Corporate Development destaca a percepção da importância de criar uma relação realmente transparente com os empreendedores das startups:

“É preciso fazer o tempo todo um alinhamento de expectativas para ponderar os interesses de ambos os lados. É papel de um sponsor desconstruir a visão de que uma empresa grande como a Ambev vai ‘dominar’ a startup para construir essa relação de confiança”.

Ela destaca o quanto o programa é estruturado e conta com metodologias sólidas, contribuição da Innoscience. “É um aprendizado até para nós, que estamos aqui dentro trabalhando com inovação. Acredito muito neste formato e destaco a equipe expert que faz toda a parte de gestão muito bem, com visibilidade de toda a liderança”.

Além disso, ela relata que é muito divertido trabalhar com o time. “Conhecemos muita gente nova todos os dias, conseguimos nos conectar também com outros empreendedores… Acaba virando um grande hub e acho que isso é muito motivador”.

“Nem sempre a solução vem 100% prontinha para sua dor ou oportunidade: é preciso lapidar”

Bianca Viana

Bianca, que trabalha há 5 anos na Ambev, lida com inovação todos os dias. Formada em Engenharia de Produção, ela se dedica a mapear as dores e levantar oportunidades na área de Logística para que seja feita a aproximação com stakeholders que podem respondê-las.

A experiência como sponsor no Além trouxe novas vivências e insights, inclusive no relacionamento com as techs. “Embora eu converse muito com startups e tenha um fluxo de informação bem aberto, assim como os diretores, a etapa de prospecção do programa Além é muito boa, proporcionando um alcance que dificilmente a gente teria de outra forma”, comenta.

O desafio que Bianca tocou na segunda edição do programa envolveu 35 startups mapeadas e inscritas e, ao longo do funil, foi selecionada uma startup para desenvolver o piloto na companhia. Ela conta que, desde a primeira fase do processo, a Ambev tinha muita clareza sobre que tipo de solução queria, mas que parte de inovar está em aprimorar essa solução em conjunto. Ela pondera:

“Nem sempre a startup vem com uma solução 100% prontinha para se encaixar na oportunidade ou dor que a empresa sente. O ponto mais desafiador é identificar qual delas vai conseguir lapidar melhor com a gente para realmente desenvolvermos algo aplicável, escalável e benéfico para os dois lados”

Para ela, a fase mais marcante do programa até agora foi a de finalização do piloto e recomendação dos próximos passos. “Foi o momento de apresentar para a alta liderança, justamente para fazer o alinhamento do que houve e o que já tinha de expectativa”, explica.

“Trouxe muito aprendizado, porque ali nos conectamos com pessoas de fora da área que não estavam envolvidas na execução do piloto para pegar percepções sobre como aquele projeto poderia, ou não, gerar impacto”.

O grande ganho de ter participado do Além, para Bianca, é a metodologia, que se desdobra de outras maneiras no cotidiano da empresa:

“Embora tenhamos aprendido durante o programa do Além, a metodologia é algo que você consegue aplicar em praticamente qualquer piloto, independente se ele é de produto ou de processo. Se for utilizada uma metodologia correta e de forma muito detalhada, é possível mapear onde está dando errado e onde está dando certo”

A especialista em Inovação é entusiasta do programa e acredita que ele consegue aproximar realidades. “São muitos momentos para conseguir trocar vivências e informações que nos conectam a cada uma das startups, que têm realidades diferentes. Entender as peculiaridades mudou muito a minha percepção de inovação”, pontua.

“Com o Além, percebi a importância da fase de imersão no problema”

Bruna entrou na Ambev em 2020 como estagiária e em pouco tempo abraçou a oportunidade de participar do Além. Quando assumiu a função de sponsor na segunda edição do programa, ela era analista de inovação — hoje é especialista — e, de lá para cá, acumulou muito conhecimento útil.

“O Além mostra para as pessoas que a inovação tem uma maneira certa de ser feita e quais são as boas práticas que, se aplicadas, aumentam o índice de sucesso do piloto e de rollout. Ter essas ferramentas disseminadas pela companhia é muito positivo. Foi o que aconteceu comigo, pois peguei as ferramentas dentro do programa Além e hoje uso no meu time naturalmente”

Bruna Ladeira

Formada em Relações Públicas e responsável pelo relacionamento com as startups no dia a dia, Bruna percebeu com o programa que a fase de imersão no problema é fundamental. No desafio do qual ela foi sponsor, foram inicialmente 31 startups mapeadas e inscritas.

“Aprendi e reproduzo com meu time. A imersão, no Além, envolve três dias em que você descobre coisas que não sabia e tira dúvidas junto às startups. Isso precisa ser feito antes de fechar a parceria, e não depois”, relata. Ou seja: o match inicial pode não ser tão 10/10 assim.

“No Além, tivemos um caso na imersão em que a própria startup veio falar com a gente que aquilo não era o que estavam pensando e não era assim que achavam que entregariam valor para a Ambev. Essa maturidade e sinergia são essenciais”.

Para ela, o maior aprendizado que o programa proporcionou foi de que às vezes um piloto pode dar errado e, quando der certo, pode ser que dê muito certo. O importante é ter ferramentas para poder entender os motivos de cada um dos possíveis desfechos. “É sobre ter método. As pessoas às vezes acham que inovação é algo que não precisa de método e não é assim”.

A experiência com o piloto que não escalou fez Bruna ter outro insight. A grande questão no case não foi o software, e sim o hardware. O desafio envolveu construir uma rede neural para uma câmara içada no tanque de fermentação, e usando inteligência artificial, entender o que é um furo ou uma rachadura, possibilitando realizar inspeções nos tanques de maneira mais inteligente.

“A startup é muito reconhecida e tem grande conhecimento em inteligência artificial e visão computacional, mas a câmera não conseguiu captar o que precisávamos para aquele desafio específico”, explica.

A participação na segunda edição do programa contribuiu ainda mais para Bruna retornar como sponsor na terceira edição do Além com ainda mais garra para escalar um piloto. Sobre os motivos que a levaram a repetir a dose, ela responde: especialmente a metodologia.

“A Innoscience falou que o método passaria por algumas atualizações, já que a consultoria também estava aprendendo muito com o programa. Eu vi a transição dos frameworks de uma edição para outra e quis acompanhar esse racional”

Ela conclui dizendo que o programa faz com que as pessoas se sintam valorizadas e que os projetos ganhem visibilidade, inclusive com a alta gerência. “Há uma estrutura grande por trás, um investimento em consultoria para nos orientar. Percebo um reconhecimento do valor do que estamos fazendo”.

Fonte: https://www.projetodraft.com