O consumo de cervejas sem álcool no Brasil segue em trajetória ascendente ano após ano. De acordo com os dados da Euromonitor, foram comercializados 702,4 milhões de litros da bebida em 2024 — mais que o dobro do volume registrado em 2021 (342,8 milhões de litros) e cinco vezes mais do que em 2019, quando o mercado somou 140,4 milhões de litros.
A expectativa mais recente para 2025 é de um novo avanço: a consultoria projeta a comercialização de 785,9 milhões de litros, refletindo a força de uma tendência que é cada vez mais realidade no paladar e no estilo de vida do consumidor brasileiro. Para o ano seguinte, o número sobe ainda mais, chegando a 885 milhões de litros.
Segundo o presidente-executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), Márcio Maciel, o crescimento expressivo da categoria está diretamente ligado à mudança de comportamento do público e ao avanço da indústria.
“O brasileiro está buscando mais equilíbrio e liberdade na hora de consumir cerveja. As versões sem álcool oferecem isso com sabor, qualidade e inovação. A indústria entendeu esse movimento e vem investindo pesado em tecnologia para entregar produtos que não deixam nada a desejar às versões tradicionais”, afirma.
2º no ranking mundial
Esse crescimento constante coloca o Brasil em destaque no cenário internacional. Em 2018, o país ocupava o 7º lugar no ranking global de consumo de cerveja sem álcool, conforme dados da World Brewing Alliance (WBA). Em 2023, o Brasil saltou para a 2ª posição, atrás apenas da Alemanha.
Márcio Maciel reforça que o movimento é irreversível e abre espaço para novos empreendedores: “O mercado cervejeiro brasileiro é um dos mais dinâmicos do mundo. Nos últimos dez anos, o número de cervejarias no país saltou de 195 para 1.847. É um setor que exige preparo, mas que oferece oportunidades incríveis para quem quer inovar e se conectar de verdade com o consumidor”, ressalta.
Devido a uma série de inovações recentes, o público que deseja reduzir ou até eliminar o consumo de álcool por conta do estilo de vida agora tem mais opções disponíveis, com sabores semelhantes aos das versões originais dos produtos. Esse cenário amplia as possibilidades de consumo, como durante o almoço em um dia da semana.