João Pessoa recebe caminhões elétricos da Ambev

A Ambev continua dando seus passos rumo à meta de ter 50% da frota de caminhões elétricos até 2025 e, desta vez, são os pessoenses que vão acompanhar de perto essa evolução. No dia 30 de março, a companhia oficializa a chegada de 6 caminhões elétricos a João Pessoa para atender as suas operações locais. Os modelos são 100% elétricos, com zero emissão de poluentes.

“Esse movimento é parte de um plano maior. Até 2025, teremos 100% da nossa eletricidade advinda de fontes renováveis e vamos reduzir em 25% as emissões de carbono em toda a cadeia de valor. Em 2040, zeraremos as nossas emissões de carbono. Ter veículos elétricos operando em João Pessoa é parte fundamental do plano”, afirma Lucas Baggi, Gerente de Relações Institucionais da Ambev.

Para cumprir suas metas de sustentabilidade logística, a companhia tem realizado diversas parcerias. Além de lançar o e-Delivery – primeiro caminhão elétrico da América Latina – junto com a Volkswagen, a Ambev também acordou a compra de mais de 1.000 veículos elétricos com a Startup FNM e a montadora Agrale. A parceria mais recente foi com a JAC Motors para aquisição dos caminhões elétricos no modelo iEV1200T.

Para atender essa realidade, todos os Centros de Distribuição da Ambev que receberem os caminhões elétricos também contarão com ‘PitStops de Carga’, estruturas desenvolvidas como bases para recarga que utilizam energia limpa.

Ambev vai converter 102 caminhões a diesel em elétricos

Disposta a acelerar a mudança da frota de transporte de suas bebidas, a Ambev fez parceria com a Eletra, de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, para converter veículos a diesel em elétricos. Numa primeira etapa, 102 caminhões com cinco a dez anos de uso vão passar pelo processo conhecido como retrofit.

A alteração consiste em retirar todos os componentes agregados ao sistema de combustão, como motor, caixa de câmbio e tanque de combustível, e substituir pelo sistema elétrico. Além de ter uma frota mais sustentável, a empresa evita que, ao serem revendidos, esses caminhões continuem poluindo, pois a maioria continua em circulação por mais de 20 anos.

Esse novo acordo é mais um passo para a empresa atingir sua meta de reduzir em 25% a emissão de CO2 em toda sua cadeia operacional até 2025, compromisso assumido em 2018 que envolve várias iniciativas, entre as quais uma frota de veículos movida a combustível limpo.

A Ambev já tem outras duas parcerias em andamento, com a Volkswagen Caminhões e Ônibus de fornecimento de 1,6 mil caminhões elétricos e com a Fábrica Nacional de Mobilidade (FNM), para mil veículos movidos a energia, ambas para entregas até 2023.

Hoje, a companhia de bebidas tem frota dedicada de 4,5 mil veículos e continuará trabalhando em outras ações para que todos eles, ou o maior número possível, sejam movidos a combustíveis limpos, afirma Marco Aurélio Filho, gerente de Suprimentos Logística da Ambev.

Um dos objetivos da parceria com a Eletra, que fará o serviço de retrofit nos 102 caminhões ao longo do ano, é acelerar o processo de substituição dessa frota, como complemento aos modelos elétricos que estão sendo adquiridos. “As três parcerias são complementares”, diz Aurélio Filho, que enxerga potencial para ampliar o serviço de transformação.

Consumo menor e menos manutenção

A diretora executiva da Eletra, Ieda Oliveira, informa que, após o retrofit, a emissão dos caminhões praticamente zera e a empresa tem direito a 100% de créditos de carbono referentes ao que o veículo deixa de jogar em CO2 para a atmosfera. Todas as peças retiradas são recicladas e viram matéria-prima. “O ciclo de sustentabilidade se fecha”, diz.

Dois caminhões retrofitados circulam em testes na Ambev há um ano, na distribuição da zona sul de São Paulo e região. Antes da mudança, os veículos passam por revisão para garantir que a parte reaproveitada, como cabines, sistemas pneumáticos e de freios, está em ordem. “Após o retrofit eles praticamente ficam novos”, afirma Ieda, acrescentando que os custos com manutenção são reduzidos em cerca de 50% em relação ao veículo a diesel.

Segundo o resultado dos testes, o caminhão elétrico emite 0,05kg de CO2 por viagem, ou quase zero de emissões poluentes. O consumo médio é de 1 kW/h por quilômetro, o que representa economia de mais de 70% em relação ao similar movido a combustível fóssil. A ausência de ruído é outra vantagem.

Aurélio Filho não informa investimentos no programa de eletrificação da frota. Os custos com compra de veículos elétricos ou do processo de conversão são bancados pelos operadores logísticos da frota da Ambev, mas a empresa está sempre na retaguarda, inclusive financiando projetos.

Ieda diz que o custo do retrofit é muito variável pois depende, por exemplo, do modelo do veículo, se a autonomia será de 50 ou 200 quilômetros, tipo de carga que transporta, se faz muitas paradas e uso – se para terrenos acidentados ou não.

Única empresa 100% nacional que trabalha com sistema de tração elétrica para ônibus (especialmente trólebus) e caminhões no Brasil, a Eletra, com sede em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, vai investir R$ 30 milhões este ano para ampliar a capacidade da linha de retrofit de 30 para 100 unidades ao mês.

Com o projeto da Ambev, a empresa vai ampliar o quadro de funcionários de 240 para 400 pessoas, informa Ieda. Ela afirma que em cerca de dois meses deve anunciar novos clientes de grande porte no segmento do retrofit.

Usinas de energia solar

A Ambev está construindo 48 usinas solares para abastecer 94 centros de distribuição em todo o País. Serão instalados 51 mil painéis solares com capacidade para gerar 19 megawatts (MW), o suficiente para abastecer 15 mil residências. A intenção é ter pontos de recarga para veículos em centros estratégicos para carregamento noturno, quando os veículos voltam às garagens.

O gerente de Suprimentos da cervejeira informa que a empresa avalia diversas alternativas para atingir o compromisso de redução de emissões, inclusive veículos a gás natural para a frota de 1,3 mil caminhões de transferência, as grandes carretas de transporte de cerveja das fábricas para os centros de distribuição, que normalmente percorrem caminhos longo por estradas.

“Largamos na frente no processo de investimento em programas de sustentabilidade, mas esperamos trazer o mercado junto com a gente e auxiliar no que for possível para outras empresas começaram a investir nessa área”, diz Aurélio Filho.

Fonte: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,ambev-vai-converter-102-caminhoes-a-diesel-em-eletricos,70003637296

Cerveja mais sustentável

Veículos serão adquiridos da Volkswagen Caminhões e Ônibus ao longo dos próximos cincos anos pelas empresas que atendem a cervejaria; primeira unidade será entregue para testes ainda este ano.

A Volkswagen Caminhões e Ônibus anunciou, na segunda-feira, 20, que a Ambev terá 1,6 mil caminhões elétricos na frota de distribuição das bebidas produzidas pela marca. Os veículos serão produzidos na fábrica de Resende (RJ) e entregues até 2023. Com isso, 35% dos veículos de distribuidores que prestam serviços para a cervejaria serão movidos a energia limpa.

Dona das marcas Skol, Brahma e Antarctica, a Ambev receberá a primeira unidade do e-Delivery, voltado a entregas urbanas, nos próximos meses. Por enquanto é um veículo de teste, que poderá receber alterações até o início da produção em escala, prevista para 2020.

 Foto: Wander Malagrine - M+Still - MAN | Wander Malagrine - MAN LAtin Am
Foto: Wander Malagrine – M+Still – MAN | Wander Malagrine – MAN LAtin Am

Segundo Roberto Cortes, presidente da MAN Latin America, fabricante dos veículos pesados da Volkswagen, esse é primeiro caminhão leve 100% elétrico feito na América Latina. O veículo foi desenvolvido no Brasil, utilizando soluções mundiais. O projeto foi contemplado no investimento de R$ 1 bilhão que o grupo tem programado para o período de 2016 a 2021.

O executivo diz que o preço do produto não está definido, mas, inicialmente, será muito acima de um modelo a diesel, pois só a bateria, importada da China, chega a ter preço equivalente ao de um caminhão a diesel. “Com o aumento da produção, os custos certamente vão baixar”, diz Cortes, que já tem vários fornecedores locais de outros componentes. Ele acredita que, ao longo dos próximos anos, alguma empresa deva iniciar a produção de baterias localmente.

Para a Ambev, o uso em suas operações de caminhões elétricos, que não emitem poluentes e são silenciosos, fazem parte do seu compromisso de reduzir em 25% a emissão de carbono em toda sua cadeia de valor (logística e produção) nos próximos cinco anos.

“Temos certeza de que esse projeto contribuirá muito para a construção do legado sustentável que queremos deixar para as próximas gerações”, diz Guilherme Gaia, diretor de logística e suprimentos da Ambev.

A empresa atualmente é atendida por frota de 4,8 mil caminhões, que vão sendo renovados gradualmente. Para abastecer os veículos elétricos, promete usar apenas energia adquirida de fontes limpas, como eólica e solar. O grupo também vai instalar painéis de geração de energia solar em seus centros de distribuição para abastecer os veículos. O caminhão tem autonomia para rodar até 200 km com a bateria carregada.

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