Parceria entre Heineken e BNDES destina R$ 30 milhões a iniciativas sustentáveis

O Grupo Heineken e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciaram hoje (12) uma parceria voltada ao desenvolvimento sustentável do Brasil, com investimento inicial de R$ 30 milhões.

A iniciativa prevê ações de reflorestamento, proteção das bacias hidrográficas, circularidade das embalagens e inclusão produtiva. O ACT (Acordo de Cooperação Técnica) firmado entre as duas partes terá prazo inicial de dois anos, com a possibilidade de prorrogação por outros cinco.

Essa não é a primeira vez que as instituições formam uma parceria. Em 2021, o Grupo Heineken doou para o programa Salvando Vidas, do BNDES, que captou aproximadamente R$ 110 milhões em recursos para ações de combate à Covid-19.

“Este acordo representa um marco fundamental na nossa estratégia de negócio, pois foram meses de troca de conhecimento com equipes técnicas do BNDES”, diz Ornella Vilardo, gerente de sustentabilidade do Grupo Heineken.

O grupo possui metas de zerar as emissões de carbono em toda a sua cadeia de valor até 2040, e pretende neutralizá-las na produção já em 2023, através da utilização de energia renovável em todas as cervejarias e centros de distribuição.

Já o BNDES possui diversas iniciativas voltadas à sustentabilidade, incluindo o BNDES Crédito ASG, que concede financiamentos com destinação a empresas que se comprometem a melhorar seus indicadores de sustentabilidade.

Bruno Aranha, diretor de crédito produtivo e socioambiental do BNDES, afirmou em nota que o banco está “sempre procurando parceiros para potencializar nossas ações, trazendo mais recursos e mais soluções para quem mais precisa.”

Fonte: https://forbes.com.br/forbesesg/2022/05/parceria-entre-heineken-e-bndes-destina-r-30-milhoes-a-iniciativas-sustentaveis/

Fim da ressaca: o crescimento do mercado de cervejas sem álcool

Até pouco tempo atrás, cerveja sem álcool soava como piada. Quem se aventurava pela seção de bebidas do supermercado encontrava poucas opções, todas com gosto distante da bebida original. Evitar a ressaca tinha lá suas vantagens, é claro, mas não representava uma alternativa saborosa. Agora, a situação mudou da água para o vinho — o que era ruim melhorou muito. Maior variedade de rótulos e olhar atento de algumas das maiores empresas do mercado transformaram as geladas sem álcool em produtos de qualidade reconhecida e, como não poderia deixar de ser, rentáveis para a indústria cervejeira. De fato, há forte demanda por esse tipo de bebida. Um levantamento feito pelo Euromonitor a pedido do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv) mostra que a produção quase dobrou de 2019 para 2021 (veja o quadro). O Brasil, terceiro maior produtor de cervejas do mundo, atrás de China e Estados Unidos, adotou de vez a versão sem álcool, que passou a ser alvo até de produtores premiados.

A Dádiva, de Várzea Paulista, no interior de São Paulo, eleita em 2020 a melhor cervejaria do Brasil pelo site RateBeer, foi pioneira em unir o universo das bebidas artesanais com o público que busca alternativas sem álcool. A empresa lançou recentemente uma golden ale, um estilo popular em países como Bélgica, França e Reino Unido por seu sabor frutado e aroma de lúpulos. “Optamos por não produzir uma pilsen ou uma lager, e a decisão foi bem-aceita”, diz Luiza Tolosa, sócia-fundadora da Dádiva. “A demanda inicial foi enorme e tivemos quebra na produção algumas vezes.” Agora, o rótulo faz parte de uma linha especial da cervejaria que é vendida em supermercados e bares.

A legislação determina que a bebida precisa ter menos de 0,5% de álcool para ser vendida como tal. Para chegar a esse resultado, os cervejeiros usam leveduras específicas que consomem apenas um tipo de açúcar, a glicose, disponível na mistura de malte de cevada e água que inicia o processo de fabricação. Essa etapa da fermentação retira o gosto adocicado e torna o resultado mais próximo daquele a que o consumidor está acostumado.

Existem outros métodos mais complexos que deixam a cerveja absolutamente sem álcool. É o caso do processo adotado pela Heineken. Os ingredientes e a receita-base são os mesmos presentes em seu rótulo tradicional, mas a cervejaria usa, após o processo de fermentação, um equipamento que retira todo o álcool por meio da chamada destilação a vácuo. Depois, aromas naturais são acrescentados para tornar o resultado quase indistinguível do original. O maquinário é caro e poucas empresas têm acesso a ele, mas o investimento deu resultado. A semelhança de sabor entre as duas versões é tamanha que a sem álcool caiu no gosto do brasileiro. Hoje em dia, o país é o principal mercado do mundo para o rótulo.

A forte penetração da Heineken e o pioneirismo de cervejarias como a Dádiva ajudaram a tornar o segmento mais maduro e, portanto, mais cobiçado. Com isso, é possível encontrar bebidas fora da curva. A Doktor Bräu, de Congonhal, em Minas Gerais, está lançando uma fruitbeer (estilo que leva frutas na receita) sem álcool, com pouca caloria e isotônica. “Já tínhamos experiência com cervejas low carb, mas fui atrás da opção mais saudável possível”, afirma Nuberto Hopfgartner, fundador da empresa. Para divulgar a novidade, fechou parcerias com esportistas e grupos de corrida.

A estratégia pode parecer inusitada, mas não é inédita. Nos Estados Unidos, a Athletic Beer foi criada com a proposta de oferecer uma cerveja sem álcool como bebida ideal para o pós-treino e construiu uma comunidade em torno de atividades ao ar livre e preservação de trilhas para caminhada. Antes, a fabricante alemã Erdinger também apostou no público esportista para popularizar sua cerveja sem álcool. O rótulo, assim como outros clássicos da Alemanha, como a weissbier da Paulaner, é uma das alternativas importadas encontradas por aqui. Ou seja: agora, dá para evitar a ressaca sem abrir mão de uma boa cerveja.

Sabor sem culpa
Com técnicas específicas para evitar ou retirar o álcool durante a produção, cervejarias de portes variados garantem a qualidade de suas receitas

PAULANER WEISSBIER
Na cerveja de trigo da tradicional fabricante alemã, a versão sem álcool mantém o mesmo perfil de sabor e aromas. É um dos bons rótulos importados que o consumidor brasileiro encontra nos bares e supermercados

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O processo de produção retira o álcool da cerveja ao usar técnicas de destilação a vácuo. Com isso, a Heineken consegue reproduzir a sua receita tradicional. O Brasil aprovou — é o maior mercado do mundo

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Pensada para o público esportista, a cerveja leva frutas vermelhas, tem baixo teor calórico e é produzida sem álcool, além de conter sais minerais encontrados em isotônicos. A divulgação da bebida tem sido feita por corredores profissionais

DÁDIVA GOLDEN ALE
Eleita a melhor cervejaria do Brasil por dois anos consecutivos, a Dádiva foi precursora ao lançar um estilo diferente sem álcool. A empresa fugiu do estilo pilsen e lager para criar uma golden ale, popular em países como Bélgica e França

Fonte: https://veja.abril.com.br

Cerveja também combina com chocolate

A cerveja e o chocolate são duas paixões nacionais, que quando juntas podem provocar combinações inusitadas e ao mesmo tempo surpreendentes. A tradicional cerveja escura e encorpada Malzbier, de sabor levemente adocicado e aroma de caramelo, e notas de malte torrados fazem com que esse tipo de cerveja seja excelente opção para harmonizar com sobremesas, como chocolate, tortas e sorvete de creme.

A cerveja escura mais consumida no Brasil tem suas origens na Alemanha na década de 1930. Criada por Ferdinnad Glabb, por ter um alto valor calórico e baixo teor alcoólico (geralmente entre 0 – 4%), foi durante muito tempo considerada um energético.

“A bebida de cor escura se popularizou no País por ser uma cerveja diferenciada. Equilibrada, ela leva caramelo na sua composição, fazendo com que o sabor adocicado sobressaia no paladar. Para quem gosta de uma cerveja leve, mas ao mesmo tempo encorpada, essa é considerada uma das melhores opções”, afirma Luiz Nicolaewysky, superintendente do SINDICERV – Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja.

Saiba mais sobre a Malzbier e outros tipos de cervejas

Reforma Tributária precisa acelerar

Luiz Nicolaewsky
Superintendente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv)

O panorama de crescimento da inflação, alta dos juros, aumento nos preços dos insumos e custos de produção, somados aos reajustes do petróleo e da energia elétrica, tem impactado (negativamente) a retomada econômica. Ainda assim somos otimistas, continuamos a acreditar na melhora gradativa, na geração de empregos e na atração de novos investimentos em um caminho na busca do equilíbrio do país.

No entanto, é indispensável voltar a discutir projetos que abram espaço para o Brasil retomar o ritmo de crescimento econômico e desenvolvimento social. E um deles é a reforma tributária.

Fruto de um extraordinário esforço do senador Roberto Rocha (PSDB/MA), temos visto maiores chances de a PEC 110 avançar ainda este ano. Em meio ao recesso parlamentar, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sinalizou que o projeto teria prioridade na Casa com a leitura de seu relatório até o fim de fevereiro.

Em linhas gerais, trata-se de um caminho mais próximo que o setor industrial brasileiro tanto aguarda: um sistema tributário que reduza a burocracia, o contencioso jurídico, a quantidade de impostos, a complexidade e o custo da sua operação. E que traga segurança jurídica para a indústria, mas sem aumentar a carga tributária, uma das mais altas do mundo para a atividade produtiva. O impacto atual dos tributos no preço final da cerveja chega a 56%.

O Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, atrás da China e dos Estados Unidos, com uma produção anual de mais de 14,3 bilhões de litros. Movimenta uma cadeia do “campo ao copo” que se estende desde o agronegócio, com destaque para a produção de diversos grãos, mais de 40 mil veículos empregados na distribuição e 1,2 milhão de postos de vendas espalhados por todo o país, até o consumo final das famílias.

Em números, o setor cervejeiro representa 2% do Produto Interno Bruto e contribui com mais de R$ 25 bilhões em impostos, gera uma massa salarial de R$ 27 bilhões e é responsável por mais de 2 milhões de empregos diretos, indiretos e induzidos.

Daí a importância da indústria da cerveja como uma das principais molas propulsoras na geração de empregos e retomada do país em meio à crise sanitária que vivemos.

Entendemos que a reforma tributária é um tema complexo e mesmo diante da agenda eleitoral há sensibilidade do Poder Legislativo federal para a aprovação de uma reforma estruturante que conta com o apoio e o consenso entre indústria, estados e sociedade civil. A reforma tributária precisa acelerar para que o Brasil retome os trilhos do desenvolvimento.

‘Energia verde é o novo puro malte’, diz presidente da Heineken

O Grupo Heineken vai atuar na área de energia, por meio de um aplicativo para bares e restaurantes, com base em geração distribuída a partir de fontes renováveis — e quer levar essa experiência aos consumidores finais. A iniciativa marca uma nova fase da companhia, que tem hoje 26% de participação de mercado.

Em entrevista ao GLOBO, o presidente do grupo no Brasil, Mauricio Giamellaro, diz que estimular soluções verdes ganhou ainda mais importância com a guerra, que revelou a fragilidade do sistema energético global. “Este ano vai ser energia verde”, diz.

Qual é a estratégia do grupo para o Brasil?

Todas as nossas marcas têm de ter um propósito social ou ambiental. A Heineken foi a primeira cerveja a ser produzida no Brasil com energia verde, e a Sol, com energia solar.

Na Devassa, há o trabalho da questão de consciência negra e de proteção das minorias. E parte da venda da Lagunitas é revertida para ONGs de cuidado com animais. Fazemos com a Baden Baden o reflorestamento de araucárias em Campos de Jordão.

A Eisenbahn vai ajudar pessoas a se desenvolverem do ponto de vista profissional, com cursos de mestre cervejeiro, de atendimento de bar. Estamos criando uma universidade para formar pessoas para trabalhar no segmento de bares, hotéis e restaurantes.

Mas isso ajuda a vender?

Muito. Na geração mais jovem, a preocupação e sensibilização com inclusão e respeito ao planeta é enorme. Na hora que está na frente da gôndola, o consumidor pensa “se essa cerveja é boa, puro malte além disso eu sei que é produzida com energia verde, é aqui que eu vou.” É isso é bom para o negócio.

E esse tipo de investimento vai aumentar?

Hoje, 10% dos investimentos na marca Heineken vão para plataformas de sustentabilidade, e não álcool. Isso já é grande e vai ficar maior. Investimos R$ 320 milhões nas cervejarias em São Paulo (Araraquara, Jacareí, Campos do Jordão e Itu) com novos sistemas de geração de energia renovável, com caldeiras a biomassa e tratamento de água, por exemplo.

E anunciamos a construção de uma nova cervejaria em Minas Gerais. Ainda vamos definir a cidade. Isso vai aumentar nossa capacidade até 2026. É um investimento total de R$ 1,8 bilhão. Ao todo, são 14 unidades produtivas no Brasil e 30 centros de distribuição.

E os planos para o Rio?

Se você olhar o Rio, a Heineken tem liderança em premium e é maior que a média no Brasil. Porém, o mercado do Rio é muito grande em bares, restaurantes e celebrações externas.

O carioca sai muito para celebrar. E acreditamos que no pós-pandemia o Rio vai ter um potencial muito grande de volume. E os bares são potenciais para embalagens retornáveis. Começamos com as embalagens retornáveis de 600ml e há um projeto para long necks no Sul.

Vamos investir para avançar com as embalagens retornáveis no Rio. Agora, estamos trabalhando com um piloto de geração de energia verde para bares e restaurantes do Rio.

Como vai funcionar?

Ofertamos, por meio de uma plataforma para bares e restaurantes, o acesso para que eles se cadastrem e comprem energia, na mesma lógica da compra de energia tradicional, acessando a geração distribuída por meio de energia renovável, como solar, biomassa e outras fontes.

E isso gera, por meio desse cadastro, uma vantagem em dinheiro. A conta dele é reduzida, podendo chegar a 40% em alguns locais. Isso será feito por meio da marca Heineken. Hoje, há pilotos no Paraná e em Mato Grosso. Agora vamos começar essa expansão pelo Rio.

Por que a energia verde?

O que foi o puro malte para a Heineken há alguns anos, este ano vai ser energia verde. A energia verde é o novo puro malte. Queremos falar de energia verde em toda a cadeia. Até 2023, vamos zerar a emissão na produção. E entendemos que só produção era pouco. Daí surgiu a ideia da geração distribuída para clientes e, futuramente, para consumidores.

Como assim, para o consumidor?

Podemos abrir uma plataforma como essa para os consumidores. O desconto, neste momento, será na conta de energia. Quem sabe podemos pensar, no futuro, em algum benefício de produto? É um tema novo.

Com a guerra na Ucrânia e o petróleo em alta, pode-se estimular a energia verde?

Sem dúvida. E até pelo momento que mostra a fragilidade do nosso sistema energético global. É importante investir em energias renováveis. É também o momento de grandes empresas se posicionarem e fazerem coisas efetivas para transformar nossa matriz energética global. Isso a gente traz na nossa estratégia.

Como o grupo está lidando com a inflação?

O que vai acontecer para frente por conta do momento inflacionário que estamos vivendo, até por questões de guerra, a gente ainda não sabe. Não acredito nem que dá para falar que o consumo vai cair por conta da inflação.

Ainda é muito cedo. A gente sabe que o consumo é, e foi, muito mais afetado por Covid, pandemia e chuvas, além de não haver carnaval, do que pela pressão inflacionária, pois ela vem de uma maneira geral e não só para o segmento.

Hoje a maior parte dos ingredientes é produzida no Brasil? Como é essa cadeia?

Grande parte dos nossos produtos é produzida localmente, mas são commodities e têm impacto do dólar e dos preços internacionais. Hoje, basicamente malte e vidro são importados. E, em momentos de grande pico, a lata. Isso é também como setor, não só a Heineken.

O malte vem de quais países?

Basicamente Europa, mas também da Ásia.

Este ano teremos eleições no Brasil. Isso pode afetar o consumo do setor?

Quando se olha o volume de investimentos, está claro que a Heineken não está preocupada com o que vai acontecer em 2022, 2023 e 2024. Acreditamos no Brasil porque aqui há muito consumo. E, independentemente da eleição e de um ano pouco mais difícil, o Brasil é um país que a empresa acredita ter grande potencial.

Então, o perfil dos candidatos não é uma preocupação?

Não. Estamos aqui pelo mercado consumidor. Os consumidores do Brasil são mais importantes que qualquer viés político.

Qual é a importância do Brasil para o grupo?

O Brasil é o maior mercado da marca Heineken do mundo. É quase o dobro do segundo, que é os EUA. E do volume total do grupo, é o segundo, atrás do México. Refizemos a nossa estratégia há quatro anos. Passamos de 8% para 26% de participação de mercado.

Não temos a menor pretensão de ser a maior cervejaria do Brasil. Fomos a primeira empresa a trazer o conceito de puro malte para o segmento mainstream (principal categoria de consumo). Hoje, o mercado está dividido em quatro categorias. Tem o mainstream, que responde por entre 50% e 60% do total.

Há o super premium (craft), no qual somos líderes, com uma fatia de 55%, com Baden Baden, Lagunitas, Blue Moon e Eisebahn Estilus. Tem ainda o premium, onde somos líderes com 60%, com Heineken, Sol e Eisenbahn. Os segmentos premium e super premium têm hoje 25% do mercado brasileiro.

No mainstream, dividimos o mercado entre puro malte (onde somos líderes com Amstel e Devassa e, agora, Tiger) e o que não é puro malte, onde a Ambev tem liderança, por isso ela é líder no Brasil. E depois tem o segmento economy, onde temos 45% de mercado.

Depois de comprar a Schin em 2017, ainda há espaço para mais aquisições?

O mercado que tem basicamente três grandes jogadores (Ambev, Heineken e grupo Petrópolis). Não é algo que estamos olhando, mas obviamente pode haver consolidação. Mas não acredito que isso aconteça no curto prazo. Nosso plano é crescer de forma orgânica. A Heineken pode dobrar de tamanho no Brasil. A Amstel pode quadruplicar no país.

Qual é a perspectiva de crescimento para o setor de cerveja?

O mercado de cerveja cresceu um dígito em 2021, mas ainda não recuperamos o patamar de 2019. E para 2022 acreditamos que o mercado cresça novamente.

 Acredito que este ano o setor possa se recuperar, mas vai depender do que ocorrer no clima, na macroeconomia e dos impactos do que está ocorrendo hoje (a guerra). Mantendo os indicadores similares de 2021 podemos recuperar ao nível de 2019.

Fonte: https://oglobo.globo.com

Cerveja Ale conquista o paladar dos brasileiros

A bebida alcóolica mais consumida no Brasil também é a que tem mais variações de estilo, métodos de fermentação, quantidade de ingredientes, nível de amargor e teor alcóolico. Dentre tantas opções, uma das cervejas antigas do mundo caiu no gosto do brasileiro, a Ale.

Produzida a partir da cevada maltada, usando uma levedura que trabalha melhor em temperaturas altas de 15 a 24 graus, a Ale conquista até os paladares mais exigentes, em função do processo de fabricação que gera uma bebida de maior intensidade aromática e frutada. O sabor pode variar do doce ao amargo e a coloração também tem variação, no caso, tons claros e escuros.  

Conheça os tipos de cervejas

Segundo o SINDICERV – Sindicato Nacional da Industria da Cerveja, a origem da Ale se confunde com a história da cerveja até o século XV, visto que o termo “ale”, de origem celta, era utilizado na Inglaterra até a introdução da bebida que passaria ser chamada de cerveja, que continha adições de lúpulo em sua composição.

Desde então, a Ale se popularizou no mundo e os apreciadores da cerveja passaram a dar mais importância para os diferentes sabores e aromas e até harmonizá-la na gastronomia, com comidas mais pesadas e gordurosas, com as carnes. “O brasileiro passou a apreciar sabores diferenciados e que despertam novas sensações, como a Ale. A cada dia a indústria da cerveja inova trazendo novos rótulos para atender um público sedento por novidades incorporando ingredientes nobres para agradar aos mais diversos tipos de paladares”, explica o superintendente do SINDICERV, Luiz Nicolaewsky.

Transformação do Consumo

Luiz Nicolaewsky, superintendente do Sindicato Nacional de Cerveja (Sindicerv)

Novas versões de cervejas têm impulsionado o consumo da categoria. É o caso das não alcoólicas, por exemplo, que passaram de 140 milhões de litros vendidos em 2019 para quase 198 milhões em 2020, chegando a aproximadamente 260 milhões de litros em 2021. “O setor incorporou ao seu portfólio inovações para atender todos os clientes em suas preferências. Os consumidores querem diversificar entre opções mais light, sem glúten, com vitaminas, sem álcool e até mesmo a puro malte”, revela Luiz Nicolaewsky, superintendente do Sindicato Nacional de Cerveja (Sindicerv), com exclusividade ao Jornal Giro News. Em 2021, o setor registrou crescimento de 7,7% em volume, ante 5,3% em 2020, alcançando 14,3 bilhões de litros.

Novos Canais de Venda

Além de mudanças no consumo, a pandemia trouxe ao setor a necessidade de se adaptar aos novos hábitos, em vista do fechamento temporário de bares e restaurantes. “As cervejarias descobriram uma nova forma de chegar ao cliente, por plataformas tecnológicas, o que justifica o expressivo resultado obtido em 2021. Houve um aumento significativo do chamado ‘off-trade’, que incluiu supermercados e comércio eletrônico, e acreditamos que este hábito deve continuar entre os consumidores.” Em faturamento, as vendas no varejo apresentaram alta de aproximadamente 11% em 2021, na comparação com 2020, totalizando R$ 208,8 bilhões. O avanço foi impulsionado pelas cervejas premium.

Consumo no Food Service

Para o superintendente, o food service segue como um parceiro importante para a retomada do setor, que deve ter performance positiva em 2022. “O brasileiro gosta de celebrar, de encontrar a família e os amigos em bares e restaurantes, mesmo com a adequação de novos modelos de consumo. Esses estabelecimentos correspondem a cerca de 60% do faturamento da venda de bebidas, segundo a consultoria KPMG”, explica. De acordo com Luiz, as tendências do mercado de cervejas estão relacionadas à atenção as demandas dos consumidores e ao lançamento de produtos regionais e opções consideradas mais saudáveis. “Também seguimos crescendo de forma significativa nas categorias premium”, finaliza.

Texto: Bruna Soares https://www.gironews.com

Heineken tira unidade de concentrados de Manaus e transfere produção para interior de SP

Grupo Heineken decidiu transferir sua unidade produtiva de concentrados para refrigerantes de Manaus para a cidade de Itu, no interior de São Paulo, onde também é produzido o portfólio de bebidas não-alcoólicas da companhia, que inclui as marcas FYsItubaínaViva SchinSkinka e Água Schin.

 A empresa afirma que, com a realocação, conseguirá otimizar a produção, aumentar a eficiência de toda a cadeia envolvida nesse processo, reduzir sua emissão de carbono e ainda acelerar a chegada dos produtos aos pontos de venda, “tornando-se ainda mais competitiva e alinhada às dinâmicas do mercado”.

A unidade de concentradas para refrigerantes da Heineken estava instalada na Zona Franca de Manaus (ZFM) e empregava 18 pessoas. A empresa argumenta que a decisão vinha sendo estudada antes da medida do governo federal de reduzir em até 25% o IPI dos setores produtivos, incluindo os xaropes de refrigerantes (a alíquota de IPI era de 8% antes do corte), e, portanto, não tem relação com a mudança na alíquota. Quem produz na ZFM está isento do imposto, e o corte tributário tem sido entendido por algumas organizações como redução de competitividade para as empresas dessa região.

“A decisão de transferir a operação de Manaus para Itu integra o plano de crescimento da companhia e de ampliação dos esforços dentro da agenda de ESG [sigla em inglês para meio ambiente, social e governança], como o de reduzir em 80% o volume de embalagens plásticas (PET) até 2025, movimento iniciado em junho de 2021”, disse a companhia ao Valor por meio de sua equipe de comunicação. Em junho, a empresa anunciou a retirada das embalagens PET acima de 1 litro de seu portfólio de bebidas não-alcoólicas.

A empresa diz que foi por essa decisão e por um longo estudo que decidiu por absorver toda a produção para a operação em Itu. “Nos permitirá ganhar em eficiência, em agilidade de transporte dos produtos para os pontos de venda e ainda reduzirá nossa emissão de carbono de transporte logístico.”

A Heineken diz que a transferência não impacta em aumento de mão de obra na unidade paulista, onde o quadro atual de empregados tem capacidade de absorver a linha de concentrados. Quanto aos funcionários de Manaus, a empresa diz que está negociando com o sindicato local o plano de desligamento. “Estamos oferecendo aos colaboradores um pacote de desligamento competitivo, além de suporte para recolocação profissional em outras unidade da companhia ou em empresas da própria região.”

A empresa também está em negociação com a liderança do sindicato local para finalizar o plano de transferência desta planta. Após isso, o plano é vender a propriedade.

Ambev oferece auxílio financeiro e bolsas de estudo para catadores e ambulantes

A Ambev está oferecendo auxílio financeiro e bolsas de estudos para ambulantes e catadores impactados pelo cancelamento das festas de rua de Carnaval. Por meio de um vídeo criado pela agência Africa, a fabricante de bebidas convoca os profissionais a participarem da campanha #ParceirosDeOutrosCarnavais. O vídeo é estrelado por Rick Chesther, ex-ambulante que viralizou na internet e tornou-se empreendedor.

Cada profissional receberá no mínimo R$ 150 de auxílio. Além desta quantia, a cada pedido feito pelos consumidores no app Zé Delivery em todo o Brasil, de 27 de fevereiro a 5 de março, mais R$ 5 serão doados para a ação. Ao final do período, o valor arrecadado será dividido igualmente pelo número de cadastrados. Ao todo, serão destinados R$ 5 milhões para a iniciativa.

No total, a expectativa da Ambev é que 23 mil pessoas sejam impactadas. As inscrições vão até 5 de março. Serão beneficiados profissionais de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Olinda e Recife (PE), Florianópolis (SC) e Brasília (DF).

A Ambev também está oferecendo 3 mil bolsas de estudos em parceria com a plataforma de ensino online EduK. O objetivo é dar acesso à qualificação para que possam ter fontes alternativas de renda e/ou se profissionalizar em suas áreas de interesse. As bolsas ficarão disponíveis por três meses.

Os ambulantes precisam fazer um cadastro na plataforma da Ambev. Já com os catadores, a ação será viabilizada pela Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT), que mobilizará as cooperativas locais selecionadas para cadastro e pagamento a catadores cooperados e avulsos.

Fonte: https://mercadoeconsumo.com.br

Ambev bate recorde em volume de vendas em 2021

A Ambev nunca vendeu tanta cerveja quanto em 2021. Foram 180 milhões de hectolitros, 9% acima do que comercializou em 2020 e 4,6% acima de 2014, o ano do pico. Foi por causa do volume que a receita no ano passado saltou 23,7%, para R$ 72,85 bilhões, também alcançando recorde. A receita por hectolitro cresceu 13,7%. Mas em 2022 vai ser difícil repetir a dose – ao menos o tamanho dela.

O presidente da Ambev, Jean Jereissati, está animado com a perspectiva de crescimento neste ano, mas defende ser preciso estar “atento e continuar com a guarda-alta”, devido à volatilidade da economia. Se em 2020 e em 2021 a estratégia de crescimento da receita foi por volume, agora a alavanca deve vir de preço e mix.

No quarto trimestre já foi possível sentir mudanças. O lucro líquido caiu 45,6%, para R$ 3,75 bilhões ante o mesmo trimestre de 2020, embora tenha avançado 11,9% no consolidado do ano, para R$ 13,12 bilhões. O volume de todas as operações – que incluem o mercado nacional, países sul-americanos, o Canadá, a América Central e o Caribe – ficou apenas 0,8% maior, com o volume de cervejas no Brasil, seu principal mercado, recuando 3%.

A queda, atribuída especialmente a temperaturas mais baixas que de costume para o período, ficou em linha com estimativas de analistas de mercado e foi menor do que o recuo de um dígito alto do setor. Nesse mesmo intervalo, porém, a concorrência se acirrou: a Heineken, segunda maior em vendas no país, viu seu volume crescer mais de 10%.

A expectativa é que os eventos esperados para depois de dois anos de reclusão da pandemia estimulem a demanda. “Neste ano temos dois ‘quase-Carnavais’, o feriado que acontece agora e as festividades que foram adiadas para abril. Além disso, teremos uma Copa do Mundo no verão”, disse se referindo ao campeonato de futebol da Fifa, no Catar, no fim do ano.

Mas o que incomodou em 2021 não sai de cena neste ano. A projeção do grupo é de que o custo por hectolitro da cerveja no Brasil cresça de 16% a 19%, puxado mais pelos preços das commodities do que pelo câmbio. A empresa estabeleceu, também, taxa média de hedge de R$ 5,39 por dólar.

“Quando olhamos para 2022, o cenário macro segue instável e janeiro ainda teve impacto da ômicron. O diferente é que, depois de dois anos de pandemia, estamos mais preparados para operar nesse tipo de ambiente”, diz o diretor financeiro, Lucas Lira.

O objetivo é entregar um crescimento de Ebitda (sigla para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) superior aos 10,9% de 2021, quando alcançou R$ 22,87 bilhões. Mas há o desafio de melhorar os níveis de rentabilidade. No consolidado do ano, a margem bruta da companhia ficou em 51,1%, 2,6 pontos percentuais abaixo de 2020 e 7,7 pontos percentuais a menos do que em 2019. O recuo é ainda maior na margem Ebitda, que passou de 37% em 2020 e de 40,2% em 2019 para 31,4% no ano passado.

Diante da pressão de custos, voltar a ser mais rentável deve exigir da companhia mais movimentos de precificação e de mix, o que pode impactar demanda, como destacaram analistas do BTG Pactual: “A verdadeira questão continua sendo quanto preço a Ambev pode implantar antes de começar a perder participação de mercado novamente”. Alguns movimentos já são notados. Em 2021, o portfólio Brahma Duplo Malte cresceu com mais opções de volumetria, o que também deve acontecer este ano com a Spaten.

Mas a receita da empresa não muda, diz Lira. “Inovação vai continuar sendo uma alavanca muito forte, bem como cuidar da saúde das marcas. Também vamos continuar focando na tecnologia para trazer mais conveniência ao consumidor”, diz, citando exemplos das plataformas on-line BEES e Zé Delivery.

A cartilha é a mesma adotada pela controladora AB InBev, que terminou o ano com avanço de 9,6% no volume vendido, alta de 15,6% em receita, para US$ 54,3 bilhões, e lucro de US$ 4,67 bilhões. “Estamos ficando muito mais eficientes conforme nos digitalizamos. Nossas marcas estão em ótima posição, o ímpeto do mercado nos ajuda a continuar crescendo e, com as medidas que tomamos no último trimestre, estamos muito focados em ativar a demanda”, disse o presidente Michel Doukeris em teleconferência com analistas.

Fonte: https://valor.globo.com